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Em uma reviravolta significativa na abordagem regulatória, o Tribunal Superior da China classificou o Bitcoin como uma “commodity”, equiparando-o a ativos tradicionais como ouro, petróleo e milho. Esta decisão emerge de um caso envolvendo a disputa entre duas empresas sobre o lançamento fracassado de um token em 2017, destacando uma possível reavaliação da postura do país em relação às criptomoedas.
O tribunal analisou a emissão de tokens para financiamento através da venda e circulação não autorizada de tokens digitais, considerando-a uma prática ilegal de captação de recursos. Embora as ofertas iniciais de moedas (ICOs) estejam proibidas na China desde 2017, a decisão destacou que “moedas digitais, como o Bitcoin, não são proibidas pela lei”, indicando que possuir Bitcoin não constitui um crime no país.
Colin Wu, renomado jornalista chinês, comentou sobre as intensas pressões enfrentadas pela indústria de criptomoedas na China, observando a dificuldade de manter empresas ativas sob tais condições. O Tribunal Superior de Xangai especificou que, apesar de as moedas virtuais terem atributos de propriedade e não serem proibidas, as atividades comerciais relacionadas são estritamente restritas.
Índice de conteúdo
Histórico de Regulações na China
Desde 2009, o governo chinês adotou medidas severas contra o Bitcoin e outras criptomoedas, incluindo proibições de uso por bancos, congelamento de contas de corretoras, expulsão de corretoras do país e a proibição de negociação de criptomoedas.
Apesar da repressão histórica, há sinais de que a China pode reconsiderar sua posição nos próximos anos. Xiao Feng, CEO do HashKey Group, sugere que decisões políticas nos Estados Unidos, especialmente após a eleição de Donald Trump, poderiam influenciar positivamente as políticas chinesas sobre criptomoedas. Feng estima que, sem esses desenvolvimentos internacionais, a China poderia levar até seis anos para aceitar negócios de criptomoedas novamente, mas agora esse prazo poderia ser reduzido para apenas dois anos.
A reentrada da China no mercado de criptomoedas poderia ter um impacto significativo devido ao tamanho de sua economia e população. Além de potencialmente causar uma grande alta no preço do Bitcoin, isso também poderia intensificar a competição no setor de mineração, especialmente entre a China e os Estados Unidos, contribuindo para a segurança geral da rede Bitcoin.
Bitcoin hoje
O mercado de criptomoedas presenciou um evento significativo esta semana, com o Bitcoin (BTC) atingindo a marca de US$ 98.310, a mais alta de sua história. Este pico ocorre logo após o lançamento das negociações de opções do ETF à vista da BlackRock, conhecido como iShares Bitcoin Trust (IBIT), na Nasdaq.
Na terça-feira, dia 19, a BlackRock lançou o primeiro ETF de Bitcoin à vista, que permite negociações de opções. Os contratos de opções são instrumentos derivativos que dão ao investidor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo a um preço fixo em uma data futura. Isso introduziu uma nova camada de flexibilidade e potencial de especulação no mercado de criptomoedas, refletindo imediatamente em um aumento no valor do Bitcoin.
Até as primeiras horas da manhã seguinte, o Bitcoin já havia apresentado uma valorização de 4,9% nas últimas 24 horas, ultrapassando a barreira dos US$ 98 mil, um feito histórico para a criptomoeda mais famosa do mundo.
Crescimento Acentuado e Expectativas Futuras
O valor patrimonial líquido total dos 12 ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos alcançou um impressionante total de US$ 100,55 bilhões na quarta-feira, dia 20, o que representa quase 5,4% de toda a capitalização de mercado da moeda digital. Este crescimento é notável e destaca a crescente aceitação do Bitcoin como uma classe de ativos legítima e valiosa.
Além disso, a recente vitória de Donald Trump nas eleições americanas parece ter influenciado positivamente o mercado de criptomoedas. A expectativa é que o novo governo adote políticas mais favoráveis ao mercado em comparação ao de Joe Biden, conhecido por sua postura regulatória mais estrita. Desde o dia da eleição, em 5 de novembro, o Bitcoin valorizou impressionantes 44%, enquanto o Ethereum (ETH) viu um aumento de 30%.
Visões de Longo Prazo: Bitcoin a US$ 1 Milhão
Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, ofereceu uma visão otimista para o futuro do Bitcoin. Em uma entrevista ao Money Times, ele comparou o Bitcoin ao ouro, sugerindo que a criptomoeda poderia eventualmente superar o valor do metal precioso.
“A moeda digital é o ouro da nossa geração. Então, o mínimo esperado é que ela supere o valor do ouro, o que levaria o Bitcoin a valores elevados, na casa dos milhões de dólares”, disse Serrano.
Ele acredita que o Bitcoin poderá alcançar a marca de US$ 1 milhão até o final desta década, um objetivo ambicioso que reflete a confiança no potencial inexplorado do mercado cripto.
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