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O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou seu balanço do terceiro trimestre, surpreendendo o mercado com uma volta ao lucro, após seis trimestres consecutivos de prejuízos. A empresa reportou um lucro líquido ajustado positivo, superando as expectativas do consenso de analistas reunido pela Bloomberg, que apontava para um resultado negativo de R$ 171 milhões.
No entanto, a empresa também divulgou o desfecho de uma investigação relacionada a denúncias anônimas feitas em março sobre o pagamento de bônus irregulares. Embora tenha classificado as denúncias como improcedentes, o Magazine Luiza reconheceu erros em lançamentos contábeis relacionados a bonificações em transações comerciais, o que afetou os resultados anteriores. O prejuízo do terceiro trimestre de 2022, por exemplo, foi revisado para R$ 190,9 milhões, de R$ 166,8 milhões divulgados anteriormente.
Essa situação levou algumas casas de análise a rebaixar suas recomendações para a ação, citando preocupações com a governança corporativa e a possibilidade de riscos adicionais.
No entanto, a empresa buscou acalmar os investidores durante uma teleconferência, afirmando que todos os ajustes financeiros já foram realizados durante o trimestre e que não há necessidade de ajustes adicionais, uma vez que a investigação foi concluída. Além disso, a empresa implementou práticas adicionais de compliance para evitar erros contábeis no futuro.
Quanto aos resultados do terceiro trimestre, destacou-se o forte crescimento do marketplace, que aumentou 24%. O GMV (volume de mercadorias) cresceu 5%, impulsionado principalmente pelo marketplace (3P), enquanto as vendas próprias (1P) e as lojas físicas continuam enfrentando desafios devido ao cenário macroeconômico desafiador, resultando em uma receita líquida em queda de 2,6%.
A margem bruta foi um destaque positivo, com um aumento de 2,9 pontos percentuais, impulsionada pelo marketplace, enquanto a margem de publicidade também aumentou, devido ao repasse do imposto Difal nos preços.
Apesar de alguns analistas apontarem preocupações com a queima de caixa e o aumento da dívida líquida, outros destacam os aspectos positivos dos resultados, como o crescimento das vendas no marketplace e a melhoria na margem bruta.
As recomendações para a ação do Magazine Luiza variam entre neutra e compra, com diferentes perspectivas sobre o potencial de crescimento da empresa. O BTG, por exemplo, vê potencial de alta significativo e recomenda compra, com um preço-alvo de R$ 6,00, o que representa um potencial de valorização de 246,8%. No entanto, o BB Investimentos está revisando sua avaliação devido às preocupações com a governança.
O que dizem os analistas
Recomendações Neutras devido a Incertezas na Governança: Duas das sete casas consultadas pelo Money Times rebaixaram a recomendação de compra do Magazine Luiza para neutro, citando preocupações com a governança corporativa como justificativa. BB Investimentos e Genial expressaram suas inquietações em relação às incertezas associadas à empresa.
A Resposta do Magazine Luiza: Em uma teleconferência realizada após a divulgação dos resultados, a empresa enfatizou que todos os ajustes nas finanças já foram feitos durante o trimestre e que não deverá haver necessidade de ajustes adicionais, já que a investigação sobre as questões de governança foi concluída. Além disso, a empresa implementou práticas adicionais de conformidade (compliance) para evitar riscos de futuros erros contábeis.
Resultados Financeiros Mistos: Embora o Magazine Luiza tenha retornado ao lucro, é importante notar que esse resultado foi impulsionado por efeitos não recorrentes de créditos tributários. Sem esses efeitos, a empresa teria registrado um prejuízo de R$ 143 milhões. Os analistas destacaram a mistura de números nos resultados da empresa.
Crescimento do Marketplace e Desafios no Varejo Físico: A XP Investimentos observou que o GMV (Volume de Mercadorias) cresceu 5%, impulsionado principalmente pelo marketplace (3P), enquanto as operações de mercadorias próprias (1P) e o varejo físico continuam enfrentando desafios devido ao cenário macroeconômico desafiador. A receita líquida caiu 2,6%.
Margem Bruta e Rentabilidade em Destaque: A margem bruta foi um destaque positivo, com um aumento de 2,9 pontos percentuais, impulsionado pelo marketplace (3P). A margem de publicidade também cresceu (+1 ponto percentual) devido à capacidade da empresa de repassar o imposto Difal (diferença entre as alíquotas internas e interestaduais) nos preços.
Concorrência e Desafios: Enquanto o Magazine Luiza apresentou resultados positivos, seu principal concorrente, Casas Bahia (BHIA3), enfrentou uma reestruturação significativa, incluindo liquidação de estoques e uma forte queda na rentabilidade. Isso tem permitido ao Magazine Luiza capturar o crescimento no marketplace e melhorar sua rentabilidade.
Perspectivas Diversas dos Analistas: As análises e recomendações dos analistas variam. O BTG classificou os números como ‘suaves’, considerando o cenário desafiador para o comércio eletrônico, pressões inflacionárias, altos custos de financiamento e menor demanda por eletrônicos e eletrodomésticos. O Santander reconheceu os esforços da empresa para limpar resultados anteriores, mas destacou que o desafio do erro contábil pode persistir.
A Preocupação com a Queima de Caixa: O Safra expressou preocupações com a queima de caixa da empresa, observando um aumento em sua posição de dívida líquida e investimentos no trimestre. Comparado ao ano anterior, o aumento da dívida líquida totalizou R$ 1,2 bilhão, mesmo considerando o impacto positivo do negócio com Cardiff.
Recomendações das Corretoras: As recomendações das corretoras variam, refletindo a diversidade de opiniões sobre o Magazine Luiza:
- Genial: Neutra, com preço-alvo de R$ 2,10 (potencial de 21%)
- Safra: Neutra, com preço-alvo de R$ 3,40 (potencial de 97%)
- BTG: Compra, com preço-alvo de R$ 6,00 (potencial de 246,8%)
- XP: Neutra, com preço-alvo de R$ 2,50 (potencial de 58%)
- Goldman: Neutra, com preço-alvo de R$ 2,80 (potencial de 61,80%)
- BB Investimentos: Em revisão
- Santander: Neutra, com preço-alvo de R$ 4,30 (potencial de 172%)
Conclusão: A situação do Magazine Luiza continua a gerar discussões e opiniões divergentes entre os analistas. Enquanto alguns destacam aspectos positivos, como o crescimento do marketplace e melhorias na rentabilidade, outros permanecem cautelosos devido a preocupações com a governança corporativa e a queima de caixa. Como sempre, investidores são aconselhados a realizar sua própria pesquisa e considerar sua tolerância ao risco ao tomar decisões de investimento. Acompanhar de perto o desempenho e as atualizações da empresa é fundamental para tomar decisões informadas no mercado de ações.
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