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Após a alta de 0,23% em maio, como esperado, o IPCA em junho registrou uma deflação de -0,08%. O resultado mensal refletiu a deflação nos bens comercializáveis (-0,72%), movimento que tende a continuar se mantida a redução nos preços das commodities e o movimento de apreciação do real. Em termos anualizados, a inflação alcançou uma taxa de 3,16% a.a., valor próximo ao centro da meta.
Apesar de que seja aguardada alguma aceleração ao longo do 2.º semestre, quando os efeitos da desoneração dos combustíveis estiverem dissipados, o processo desinflacionário é consistente, tornando o balanço de riscos mais favorável para o início do processo de flexibilização monetária a partir de agosto, ainda que não se possa cravar o tamanho do corte na Selic.
A média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada saiu de 6,12% a.a. em maio de 2023 para 5,21% a.a.. Apesar da leve piora na margem no item serviços subjacentes, as suas medidas em 12 meses também ratificaram o cenário benigno para a inflação, com a Alimentação no domicílio passando de 7,78% a.a. em maio de 2023 para 6,94% a.a., a dos bens industriais de 9,17% a.a. para 8,26% a.a. e a dos serviços de 7,13% a.a. para 6,73% a.a.
Adicionalmente, a média anualizada dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central desacelerou de forma significativa de 6,72% a.a. em maio de 2023 para 5,99% a.a.. Por fim, também de forma positiva, o índice de difusão reduziu-se de 56,0% para 49,6%.
Por Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da ABBC.
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