Guia do Investidor
imagem padrao gdi
Agência Brasil Notícias

Banco Mundial: covid-19 pode resultar em geração perdida de jovens

Nos siga no Google News

Continua após o anúncio

A pandemia de covid-19 comprometeu o desenvolvimento de milhões de crianças e jovens nos países de baixa e média renda, divulgou hoje (16) o Banco Mundial. A combinação de ensino remoto ineficiente, fechamento de locais de trabalho e insegurança alimentar comprometerá a produtividade na vida adulta.

De acordo com relatório da instituição financeira, a deficiência de conhecimento nas crianças de até 5 anos pode se traduzir em queda de 25% nos ganhos na vida adulta. Nas crianças em idade escolar, a perda pode ser de até 10% dos rendimentos. A pandemia, ressaltou o Banco Mundial, impactou o capital humano, definido como conhecimento, competências e saúde acumulada ao longo da vida.

Segundo o relatório, intitulado Colapso e recuperação: como a pandemia de covid-19 deteriorou o capital humano e o que fazer a respeito, os índices de aprendizagem estão longe de se recuperar em relação ao período pré-pandemia. As crianças em idade pré-escolar (até 4 anos) tiveram desempenho 34% pior em linguagem e alfabetização e 29% em matemática na comparação com 2019.

A deterioração repete-se nas matrículas. No fim de 2021, as matrículas em diversos países estavam mais de 10 pontos percentuais abaixo do observado antes da pandemia. As crianças em idade escolar (6 a 14 anos) perderam 32 dias de aprendizagem para cada 30 dias de fechamento das escolas. Isso porque os alunos não apenas deixaram de aprender, mas esqueceram parte do que haviam aprendido.

Leia mais  Produção da indústria cai 1,6% de dezembro para janeiro

O efeito é ainda mais cruel nos países de média e de baixa renda, que não puderam implementar políticas eficientes de ensino remoto. A insuficiência de aprendizagem aumentou e, agora, cerca de 70% das crianças de 10 anos não conseguem entender um texto básico. Quase 1 bilhão de crianças perdeu pelo menos um ano de ensino presencial e mais de 700 milhões perderam pelo menos um ano e meio nesses países.

Jovens

Em relação aos jovens (15 a 24 anos), a covid-19 traduziu-se em menos empregos e menores salários. No fim de 2021, o nível absoluto de emprego jovem recuperou-se em relação a antes da pandemia, mas a recuperação não foi suficiente para incorporar quem acabou de entrar no mercado de trabalho. Cerca de 40 milhões de pessoas que teriam emprego não fosse a pandemia estavam desempregadas.

Os rendimentos dos jovens caíram 15% em 2020 e 12% em 2021. O relatório estima em até 10 anos o impacto do desemprego ou de empregos mal remunerados para quem entra no mercado de trabalho, com remunerações 13% mais baixas em média. Segundo o Banco Mundial, as pessoas com menos de 25 anos hoje, que compõem a população mais afetada pela pandemia, representarão mais de 90% da força de trabalho ativa em 2050.

Leia mais  Orçamento de 2023 prevê salário mínimo de R$ 1.302

No Brasil, o número de jovens da categoria “nem-nem”, que não estudavam nem trabalhavam, subiu significativamente e atingiu 22% no último trimestre de 2021.

Na América Latina, as crianças perderam 1,7 ano de aprendizado por causa de fechamentos escolares particularmente longos. No Brasil, as escolas ficaram totalmente fechadas por 44% do tempo de 1º de abril de 2020 a 31 de março de 2022 e 90% do tempo parcialmente fechadas. As matrículas no pré-escolar caíram mais de 13 pontos percentuais no fim de 2021 em relação ao período pré-pandemia, com recuo maior em crianças de faixas mais baixas de renda.

Medidas

O Banco Mundial listou medidas de curto e de longo prazo para lidar com a deterioração do capital humano. No curto prazo, os países devem promover e apoiar campanhas de vacinação e de suplementação nutricional das crianças pequenas; aumentar o acesso à pré-escola e aumentar a cobertura dos programas de transferências de renda a famílias vulneráveis.

Para crianças em idade escolar, o relatório sugere o aumento do tempo de instrução, a avaliação da aprendizagem para adequar o ensino ao nível dos alunos e a simplificação dos currículos com foco na aprendizagem básica. Para os jovens, o Banco Mundial sugere apoio para à capacitação adaptada, à intermediação de empregos, a programas de empreendedorismo e a novas iniciativas voltadas para a força de trabalho.

No longo prazo, destaca o relatório, os países devem construir sistemas de saúde, educação e proteção social ágeis, resilientes e adaptáveis a choques atuais e futuros, como novas pandemias ou desafios decorrentes da mudança climática. Caso isso não seja feito, alertou o Banco Mundial, haverá não apenas uma, mas várias gerações perdidas.

Leia mais  Entenda a diferença entre novo arcabouço e teto de gastos

Os financiamentos do Grupo Banco Mundial para lidar com a pandemia somaram US$ 72,8 bilhões entre abril de 2020 e junho de 2022. Desse total, US$ 37,6 bilhões referem-se a linhas de crédito do próprio Banco Mundial e US$ 35,1 bilhões em financiamentos da Agência Internacional de Desenvolvimento. No mesmo período, 300 projetos de desenvolvimento de capital humano (ações de educação, capacitação e saúde) em países de média e baixa renda receberam apoio do grupo, num total de US$ 47,5 bilhões.

Fonte: Agência Brasil


Nos siga no Google News

DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.

Leia mais

Florestas públicas serão concedidas para gerar crédito de carbono

Agência Brasil

Produção industrial cresce 0,9% em março, diz IBGE

Agência Brasil

Juros de cartão de crédito sobem e atingem 421,3% em março

Agência Brasil

AgroGalaxy anuncia aumento de capital

Márcia Alves

O IRB anuncia caixa positivo em 185,5 milhões 

Márcia Alves

AliExpress anuncia promoções voltadas para o Dia das Mães 

Márcia Alves

Deixe seu comentário