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BC surpreende ao sinalizar novo aumento de 1% na Selic

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou ontem a taxa básica de juros (Selic) em um ponto porcentual, para 11,75% — o nono aumento desde março de 2021. O resultado veio dentro das expectativas do mercado. A surpresa ficou por conta do comunicado.

O que nos surpreendeu na comunicação do colegiado não foi necessariamente o aumento de 1%, mas sim a indicação de que ele aumentará mais 1% na próxima reunião, levando a Selic para 12,75%; e eventualmente poderá continuar subindo a taxa. Permanece o temor de que o BC possa exagerar na subida dos juros, assim como exagerou na queda”, avalia Fernando Dal-Ri Murcia, professor e diretor FIPECAFI Projetos, e professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de São Paulo – FEA/USP.

A escalada da Selic tem sido uma resposta do Banco Central à inflação, que ficou em 1,01% em fevereiro, 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%).

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Foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015. Não apenas isso, os ajustes previstos pelo BC agora passam a ter mais um elemento a ser considerado: os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia em todo o mundo.

Brasil em 2º lugar no ranking de países com maiores juros reais

O Brasil passa a figurar na 2ª posição na lista de países com maiores juros reais no mundo, ficando apenas atrás da Rússia — que em fevereiro elevou os juros de 9,5% para 20% como medida de emergência para sustentar a economia local durante o período de guerra.

A escalada da Selic no Brasil, que avançou abruptamente de um para dois dígitos em apenas 12 meses, é o que tem preocupado o mercado.

Saímos de 2% e já temos 12,75% contratados. Que país faz isso no mundo todo? Esses reajustes e a falta de previsibilidade decorrente das comunicações do BACEN trouxeram uma volatilidade muito grande no mercado. A grande preocupação agora é desvendar até onde os juros poderão subir. O avanço das commodities no exterior- por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, incluindo petróleo e fertilizantes – não é algo que será corrigido com os ajustes da Selic no Brasil”, pondera Murcia.

Por Fernando Dal-Ri Murcia, Professor e diretor de Pesquisas da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) Projetos, professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de São Paulo – FEA/USP.

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