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As autoridades do Banco Central Europeu (BCE) convergem para junho como o período mais provável para o início dos cortes de juros na região. No entanto, persistem divergências quanto à duração do ciclo e ao tamanho da flexibilização.
“Mesmo que a perspectiva de inflação no curto prazo seja um pouco acidentada, a convergência projetada para a meta em 2025 será sustentada”, disse Lane. Entre os fatores que reduzem a inflação, Lane listou pressões menores dos custos de mão de obra e adicional de lucros das empresas.
O presidente do Banco Central da Eslováquia, Peter Kazimir, concorda que a inflação na zona do euro está recuando. Assim, permitindo uma redução das taxas de juros em junho. No entanto, ele alerta que a trajetória futura é incerta demais para assumir compromissos adicionais.
“Junho é uma oportunidade de recalibrar nossa abordagem à luz da melhoria das condições econômicas”, disse Kazimir. “Vamos ser claros: não estamos nos comprometendo previamente com uma trajetória definida após junho.”
Os mercados projetam agora 82 pontos-base de cortes nas taxas neste ano, indicando pelo menos dois movimentos após junho. O foco está nas reuniões de setembro e dezembro, quando o BCE divulgará novas projeções econômicas.
Visão positiva
Kazimir argumentou que, mesmo após o primeiro corte nos juros, a política monetária permanecerá restritiva e precisa permanecer. No entanto, o presidente do BC da Lituânia, Gediminas Simkus, adota uma visão mais otimista, sugerindo que o BCE pode cortar as taxas de juros mais de três vezes este ano. Ele também afirmou, contudo, que as reduções não devem ser adiadas se o Federal Reserve atrasar seus próprios cortes.
“Há uma probabilidade de mais de 50% de haver mais de três cortes nas taxas de juros este ano”, disse Simkus. “Três cortes é uma estimativa conservadora”, completou.
Simkus minimizou o impacto das decisões do Fed, enfatizando que o BCE tomará decisões independentes e que o foco está na economia real diante de uma trajetória divergente das taxas. Na semana passada, o BCE considerou um corte nas taxas para junho, mas Christine Lagarde afirmou que o banco não sinalizou mais movimentos. Isto, devido à incerteza em relação ao crescimento e à inflação.
Os mercados precificam apenas três cortes este ano, refletindo a queda das expectativas nas últimas semanas devido a dados inesperadamente altos sobre a inflação nos EUA, que anteciparam as apostas de corte pelo Fed.
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