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Com as vendas continuamente afetadas pela deflação de alimentos, o Carrefour apresentou vendas brutas de R$ 31 bilhões, evidenciando uma queda de 1,2% em relação ao ano anterior. Este resultado está alinhado com as projeções do mercado financeiro.
Nos últimos 12 meses, a inflação de alimentos foi negativa em 0,5%, o que tem impactado os preços de venda de todas as empresas do setor.
Em entrevista concedida ao Brazil Journal, o CFO Eric Alencar afirma que que o destaque do trimestre foi a redução do SG&A, que caiu de R$ 4,1 bi para R$ 3,7 bi — ou de 14,7% da receita para 13,4%, o menor patamar desde meados de 2022. “Desde o início do ano passado fizemos um trabalho de simplificação da companhia, com redução das pessoas na holding, simplificação da forma de atuação nas lojas e redução de todas as despesas operacionais,” disse o CFO.
Performance de 2023
No ano anterior, o Carrefour obteve um ganho de R$ 270 milhões proveniente de uma transação envolvendo as bandeiras de cartões. No entanto, houve uma diminuição nos resultados do quarto trimestre devido ao término da parceria entre o BIG e a Hipercard, que operava os cartões da varejista. Em 2022, o resultado dessa transação passou a ser registrado na vertical de varejo como uma comissão que o BIG recebia pelas vendas do cartão. Atualmente, o Carrefour está transferindo toda essa operação para o Banco Carrefour, resultando na não contabilização dos números no setor varejista, o que impacta os resultados. Na divisão de atacarejo, o Atacadão viu sua margem bruta subir de 15,3% para 15,9%.
A significativa redução nas despesas contribuiu para um EBITDA ajustado de R$ 1,875 bilhão, superando as expectativas do mercado, que projetavam R$ 1,7 bilhão. Em comparação anual, o EBITDA registrou uma queda de 5%, com a margem diminuindo de 7% para 6,7%. Durante o trimestre, a operação do BIG gerou um EBITDA de aproximadamente R$ 50 milhões, deixando de impactar negativamente nos resultados. Ao consolidar a operação em seu resultado em 2022, o EBITDA do BIG era positivo, mas sua performance deteriorou-se devido aos custos relacionados à integração. Eric afirmou que as lojas BIG convertidas em Atacadão estão operando com uma margem EBITDA a nível loja de 5%, superando o padrão de maturação das novas lojas, que geralmente gira em torno de 4,5% após um ano.
Carrefour traça perspectivas para vendas e margem Ebitda; entenda
por Miguel Gonçalves 06/12/2023
O gigante varejista Carrefour (CRFB3) recentemente compartilhou suas projeções ambiciosas para vendas e margens Ebitda nos anos vindouros, especificamente em 2024 e 2025. As expectativas são delineadas com detalhes que visam oferecer uma visão clara do futuro financeiro da empresa.
Até o final de 2024, o Carrefour almeja atingir vendas por metro quadrado em lojas convertidas do antigo Grupo BIG, agora sob a bandeira Atacadão, situadas entre R$ 28.000/m² e R$ 31.000/m², em bases anualizadas. Simultaneamente, a empresa estabelece como meta uma margem Ebitda (nível loja) na faixa de 5% a 6% até o término desse período.
Estratégia de conversão: o papel fundamental da transição para o atacadão
A transformação das lojas do Grupo BIG para a marca Atacadão é um ponto focal nas projeções do Carrefour. A empresa projeta não apenas uma mudança de rótulo, mas um salto significativo nas vendas por metro quadrado, indicando uma estratégia clara para otimizar o desempenho de suas unidades.
Olhando para o horizonte de 2025, as projeções tornam-se ainda mais ambiciosas. A expectativa é que as vendas por metro quadrado atinjam aproximadamente R$ 35.000/m² em bases anualizadas. Paralelamente, a empresa almeja uma expansão significativa nas margens Ebitda (nível loja), mirando uma faixa entre 7% e 8%.
A estratégia por trás dessas projeções não está apenas enraizada na expansão de vendas, mas na transformação efetiva das operações. A mudança de foco para a marca Atacadão reflete a busca do Carrefour por uma presença mais eficaz e adaptável no mercado, visando não apenas crescimento, mas também eficiência operacional.
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