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- A Amil e a Dasa anunciaram a criação de uma nova empresa hospitalar
- Assim, consolidando-se como o segundo maior player independente do setor
- Essa transação fortalece a proposta de valor dos planos da Amil
- Como parte do acordo, a Amil está contribuindo com 11 hospitais para a joint venture
A Amil e a Dasa anunciaram recentemente a criação de uma nova empresa hospitalar. Consolidando-se como o segundo maior player independente do setor, logo após a Rede D’Or.
Com foco em Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, essa transação fortalece a proposta de valor dos planos da Amil. Além disso, ajuda a Dasa a reduzir sua alavancagem, o que é crucial para o valor da empresa, ao mesmo tempo em que protege sua posição competitiva em um setor que está se consolidando em torno de grandes grupos.
A união entre esses dois players “altera a dinâmica do setor”, afirmou um executivo. “Ela estabelece um novo equilíbrio de forças em um mercado que estava inclinado para um único player”, especialmente após a aquisição da SulAmérica pela Rede D’Or.
Além disso, essa transação representa o primeiro Movimento de Fusões e Aquisições (M&A) de José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, desde a aquisição da Amil. Em uma transação avaliada em R$ 11 bilhões de valor de empresa, realizada em dezembro passado.
Como parte do acordo, a Amil está contribuindo com 11 hospitais para a joint venture. Incluindo joias da coroa como o Samaritano Higienópolis e o Samaritano Paulista, enquanto a Dasa está contribuindo com 14 hospitais, sendo os mais relevantes o Nove de Julho e o Leforte.
Nova empresa
A nova empresa será controlada em 50% pelos acionistas da Dasa e em 50% pela Amil. Com ambas exercendo co-controle e sem consolidar os resultados da JV em seus balanços. A companhia será uma operação independente, e os acionistas planejam abrir seu capital em uma próxima janela de mercado para IPOs.
O CEO será Lício Cintra, atual líder da Dasa. Dulce Pugliesi, co-fundadora da Amil juntamente com Edson Bueno e atual controladora da Dasa, assumirá o cargo de presidente vitalícia da nova empresa. O conselho, portanto, terá 9 membros: 3 da Amil, 3 da Dasa e 3 independentes.
A Dasa está transferindo R$ 3,85 bilhões de sua dívida bruta, que totaliza R$ 12 bilhões, para a nova empresa. Somado ao aumento de capital de R$ 1,5 bilhão que a família Bueno efetuará, essa ação reduzirá imediatamente a alavancagem da Dasa para 3 vezes o EBITDA, em comparação aos 4,2 vezes registrados no fechamento do primeiro trimestre.
A nova empresa contará com 25 hospitais, totalizando 4.400 leitos, e alcançou uma receita líquida pro forma de R$ 9,9 bilhões no ano passado. Desse montante, R$ 5,7 bilhões foram provenientes dos hospitais da Dasa e R$ 4,2 bilhões dos hospitais da Amil. O EBITDA desses hospitais atingiu, portanto, R$ 777 milhões em 2023, sendo R$ 600 milhões da Dasa e R$ 177 milhões da Amil.
A margem EBITDA, de 7,8% no ano passado, é consideravelmente menor que a de players como Rede D’Or e Mater Dei, que operam ao redor de 22%.
“Olhando todas as sinergias, estruturas duplicadas, padronização e ganhos de escala, essa nova empresa tem uma capacidade grande de melhoria operacional, o que traz mais um motor de desalavancagem,” Lício disse ao Brazil Journal.
Fontes pagadoras
A nova empresa surge com uma ampla diversificação de fontes pagadoras, sendo a Amil a maior delas, mas representando apenas 20-25% do faturamento estimado.
Antes da transação, a Dasa já era o segundo maior operador de hospitais do Brasil, porém, o terceiro e o quarto colocados tinham um porte muito semelhante. A fusão com a operação da Amil coloca o terceiro player em uma posição mais distante e reduz a diferença em relação à Rede D’Or.
Para efeito de comparação, a Rede D’Or possui 70 hospitais, 11.700 leitos e gerou uma receita líquida de R$ 47 bilhões no ano passado, com um EBITDA de R$ 6,3 bilhões. No entanto, essa comparação não é perfeita, pois esses números incluem a SulAmérica. O negócio hospitalar exclusivo da Rede D’Or gerou uma receita de R$ 20 bilhões no ano passado.
A Amil, com 3 milhões de beneficiários, vem registrando prejuízos ao longo dos anos, levando a UnitedHealth Group a vender o negócio. Em 2023, a Amil teve um prejuízo líquido de R$ 4 bilhões.
Da mesma forma, a Dasa também encerrou o ano passado com prejuízo, totalizando R$ 1,1 bilhão.
Os hospitais da Dasa que fazem parte da transação são: Hospital Nove de Julho (SP), Unidade Nove de Julho Alphaville (SP), Hospital Santa Paula (SP), Hospital Leforte Liberdade (SP), Hospital Leforte Morumbi (SP), Innova Hospital (SP), Hospital (SP), Hospital e Maternidade Christóvão da Gama – Santo André (SP); Hospital São Lucas Copacabana (RJ), Complexo Hospitalar Niteroi (RJ), Hospital Nossa Senhora do Carmo (RJ); Maternidade Brasília (DF), Hospital Brasília Águas Claras (DF), Hospital Brasília (DF), e o Hospital Paraná (PR).
Já os hospitais da Amil são: Samaritano Higienópolis (SP), Samaritano Paulista (SP), Alvorada Moema (SP), Hospital e Maternidade Madre Theodora (SP); o Hospital Pró-Cardíaco (RJ), os Hospitais Samaritano Botafogo (RJ), Samaritano Barra (RJ), Hospital e Maternidade Santa Lúcia (RJ); Hospital Alvorada Brasília (DF), e Hospital Santa Joana Recife (PE).
Investidores estratégicos
Paralelamente à transação anunciada hoje, a família Bueno está em negociações com investidores estratégicos para um investimento minoritário no segmento de medicina diagnóstica da Dasa. Isso ajudaria ainda mais a empresa a reduzir sua alavancagem.
No fechamento do pregão de ontem, a Dasa estava avaliada em R$ 3,5 bilhões.
A Amil foi assessorada pela BR Partners, Santander e pelo escritório de advocacia Lefosse Advogados.
Já o BTG Pactual e o escritório de advocacia Stocche Forbes assessoraram, contudo, a Dasa.
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