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O café moído foi a categoria com maior aumento de valor até agora em relação ao ano anterior
Nessa terça-feira (24), comemora-se o Dia Nacional do Café no Brasil. Mas, as notícias não são as melhores para os amantes do “pretinho”: o produto, tão queridinho na casa dos brasileiros, teve um aumento de preço fortíssimo, principalmente em sua modalidade Torrado, Moído e em Grãos (+68%) até abril deste ano, quando comparamos com 2021. Os dados são do estudo mais recente da Scanntech, empresa de inteligência de mercado que acompanha mais de 27 mil pontos de venda do canal alimentar.
Logo depois do Café Moído, a categoria com mais aumento de preço é o Açúcar (+28%), que pode acabar amargando cafézinhos por aí. Se essa nova realidade já levou o café a retrair o consumo (-6% em unidades), apesar da sua alta popularidade, o movimento não foi diferente com o açúcar (-9% em unidades), que teve uma diminuição de consumo ainda maior diante dos preços elevados nas prateleiras.
Se em 2020 a bola da vez foi o arroz, em 2021 foi a vez do café, e de acordo com o estudo, o valor deve continuar subindo.
“Mesmo com aumentos tão fortes do preço nos supermercados, vemos na análise que o preço da saca de grãos verdes já teve um aumento ainda mais agressivo nestes últimos 2 anos, indicando que os preços nas gôndolas ainda não chegaram ao seu limite e isso é bastante preocupante, já que vimos que quando cafés torrados, moídos e em grãos ultrapassam a marca dos R$ 25/Kg é quando a curva de consumo sofre a maior desaceleração”
Comenta Priscila Ariani, Diretora da Scanntech, responsável pela análise.
A retração do consumo do café foi registrada a partir de agosto de 2021, enquanto o preço, mesmo depois disso, continuou a subir. Essa tendência prova que o faturamento do café vem sendo baseado no aumento dos preços e não de consumo. O café Torrado e Moído e Grãos (TM&G), já representa 82% do faturamento da categoria em 2022 até abril e é o grande vilão em preços. Quando analisamos os valores dos segmentos por quilo (R$/KG), o café TM&G chega a alcançar o preço médio de R$ 33,31.
Já o café em cápsulas que era a estrela do segmento por oferecer praticidade e muita margem ao varejo, mesmo tendo menor aumento de preço, em março também já apresentava maior retração em volume (-11%) com a volta ao trabalho presencial e a redução do consumo deste tipo de cafés em casa. A única categoria que registrou crescimento nas vendas em unidades foi a do café solúvel (+2%), coincidentemente a que sofreu aumento de preço menos expressivo (+27%).
O consumidor brasileiro tem optado por comprar café TM&G em embalagens menores de 250g ao invés de 500g. No Nordeste, as marcas regionais, que são em média 14% mais baratas que as nacionais, já tinham uma presença forte antes mesmo da crise, mas elas têm ganhado mais espaço nos carrinhos do consumidor nas outras regiões do país, mesmo aumentando seus preços de forma ainda mais agressiva que as marcas nacionais (+83% até março).
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