Continua após o anúncio
- Licitação de 04 navios como plano do Governo Federal e Petrobras
- As primeiras tentativas, contudo, do atual governo para posicionar o país num polo naval, foram mal-sucedidas
- As falhas da política petista anterior, no entanto, suscitam desconfiança em relação aos problemas deste projeto
A licitação de 4 navios, parte de um plano maior da subsidiária da Petrobras para construir 25 navios, representa um novo esforço do governo federal. Este, para incentivar a indústria naval. A Transpetro adota um modelo comum de subsídio a estaleiros nacionais. Dessa forma, com taxas decrescentes à medida que aumenta o conteúdo local dos equipamentos, sendo mais favoráveis para índices de nacionalização de 65%.
Desde o controverso projeto de fabricação de 28 navios-sondas para o pré-sal no Brasil, dos quais apenas 4 foram entregues, a indústria naval enfrenta um período sem grandes encomendas, incluindo navios e plataformas. Neste cenário, problemas como corrupção, deficiências tecnológicas, baixa produtividade e falta de qualificação da mão de obra marcaram a indústria naval. As primeiras tentativas, no entanto, das gestões petistas de posicionar o Brasil como um polo naval global foram mal-sucedidas.
O mapeamento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) revela que seis estaleiros foram desativados e outros dez estão sem demanda. Isto, incluindo o Atlântico Sul, outrora uma aposta significativa do governo petista, agora em recuperação judicial. Dos 43 estaleiros ainda operacionais, 14 são grandes e 29 de pequeno porte, abrangendo, contudo, desde os inativos até aqueles dedicados apenas a reparos, além de três em processo de recuperação judicial.
Os presidentes da Transpetro, Sérgio Bacci, e da Petrobras, Magda Chambriard, defendem, contudo, a aquisição de petroleiros como medida para reduzir custos de frete. Contudo, é evidente que a decisão de construir os navios não segue uma estratégia puramente comercial da empresa. Mesmo os guindastes dos estaleiros desativados reconhecem que esta é uma escolha política. “Quase uma obsessão” do presidente Lula, em busca dos dividendos eleitorais que os prometidos milhares de empregos na indústria naval podem trazer, temporariamente.
O processo
Magda, assumindo a presidência da Petrobras com essa incumbência, acelerou um processo em andamento desde o início do terceiro governo petista. Durante a queda de Jean Paul Prates, seu antecessor, surgiram rumores sobre a lentidão nas encomendas aos estaleiros, com Prates destacando a grande disparidade de competitividade da indústria nacional como justificativa para as dificuldades. Por sua vez, Bacci, da Transpetro e vindo do Sinaval, sindicato que representa os estaleiros, defende vigorosamente a política de conteúdo local.
As falhas da política petista anterior suscitam desconfiança em relação aos problemas deste projeto. Estes, que incluíram dependência exclusiva da Petrobras e falta de qualificação profissional adequada. Dessa forma, resultando em empregos que, dessa forma, desaparecem tão rapidamente quanto foram criados.
Crise econômica no Governo Lula: um caminho sem saída?
Nos últimos dias, temos observado o dólar se aproximando cada vez mais de R$ 6,00, um indicador preocupante e que reflete a fragilidade da nossa economia. A inflação está em alta, e o governo Lula, em um esforço desesperado para encontrar culpados, coloca a responsabilidade no “mercado nervosinho”. No entanto, é fácil culpar um agente independente e equilibrado, que funciona com base na oferta e demanda, enquanto ignora os verdadeiros vilões: os gastos públicos descontrolados que geram uma falta de credibilidade para os investidores.
A falta de credibilidade do governo Lula no cenário internacional afasta investidores, o que agrava ainda mais a situação econômica. A confiança é um pilar fundamental para a atração de investimentos estrangeiros, e a atual administração falha em proporcionar um ambiente estável e previsível para os negócios. A saída de capital estrangeiro e a desvalorização do real são sintomas de um problema maior: a falta de confiança na capacidade do governo de gerir a economia de forma responsável.
Os gastos públicos excessivos e de baixa qualidade são as principais causas da saída de capital estrangeiro e da desvalorização do nosso câmbio. Quem paga o preço dessa irresponsabilidade fiscal? A população pobre, que sofre com a inflação e o aumento do custo de vida. É irônico que um governo que se diz social esteja punindo justamente as classes menos favorecidas, enquanto beneficia aqueles que têm capital e vivem de renda com a Selic acima de 10% ao ano. A atual administração parece mais interessada em manter uma narrativa populista do que em tomar decisões difíceis, mas necessárias.
Follow @oguiainvestidor
DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.