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Gestores da América Latina se mostram mais pessimistas com o Ibovespa e com o real, conforme pesquisa mensal realizada pelo Bank of America (BofA).
A pesquisa Latam Fund Manager Survey, do BofA, realizada este mês, contou com a participação de 30 gestores, que juntos administram cerca de US$ 65 bilhões em ativos.
Segundo a pesquisa do Bank of America (BAC), investidores estão mais cautelosos com apostas em bolsas brasileiras, a expectativa para o câmbio se deterioraram, em momento de percepção de piora do risco fiscal do país.
A expectativa é de que os investidores só voltem a investir na classe de ações, quando a taxa Selic chegar em 9% ao ano, o que pode levar mais tempo – se é que vai acontecer.
De acordo com informações, o levantamento deste mês, mostra que os entrevistados estão divididos entre as estimativas de um Ibovespa negociado entre 120.0000 e 130.000 pontos até o final deste ano. Já o porcentual de gestores entrevistados que previam o índice negociado acima dos 140.000 pontos, caiu de 19% para 17%.
Atualmente, a taxa de juros está em 10,50% ao ano e o mercado financeiro projeta uma manutenção de juros até pelo o menos o fim de 2024, representando o fim do ciclo de cortes.
A Bolsa brasileira está barata? Veja o que dizem analistas:
Apesar da volatilidade recente e da queda de mais de 10% no Ibovespa em 2024, analistas do JPMorgan mantêm uma visão otimista para o mercado acionário brasileiro. A projeção é que o índice possa alcançar 142 mil pontos até o final do ano.
O cenário de juros em alta, com a taxa Selic a 10,75% e expectativas de incremento na próxima reunião do Copom, não desanimou os especialistas. As mudanças nas metas fiscais para 2025 e os riscos associados também são monitorados, mas a visão é que os juros futuros podem estar exagerando esses riscos.
Em contrapartida, a UBS Asset Management vê nos ativos brasileiros uma oportunidade após as recentes quedas. A gestora, que administra US$ 1,6 trilhão, considera o momento atual como um ponto de entrada para investidores, especialmente diante da possibilidade de cortes na taxa de juros pelo Fed dos EUA.
O real desvalorizou 10% este ano, mas analistas como Shamaila Khan da UBS em Nova York veem potencial de recuperação impulsionado por políticas monetárias americanas. A situação fiscal do Brasil e declarações recentes do presidente Lula e do ministro Haddad são fatores de cautela, mas o otimismo prevalece entre os especialistas.
UBS Asset Management vê oportunidade em ativos brasileiros após turbulência fiscal
A UBS Asset Management, uma das maiores gestoras globais com US$ 1,6 trilhão sob administração, identificou uma janela de oportunidade nos ativos brasileiros. Após a recente queda dos mercados devido ao aumento da percepção de risco fiscal, Shamaila Khan, responsável por mercados emergentes na UBS Asset Management em Nova York, afirmou que os ativos do Brasil estão atrativos nos níveis atuais.
“Estamos construtivos”, disse Khan à Bloomberg News, indicando uma postura otimista da gestora em relação ao mercado brasileiro. Embora não tenha detalhado o posicionamento da UBS no Brasil, Khan observou que o risco fiscal já está incorporado nos preços dos ativos.
O mercado local enfrentou volatilidade com preocupações crescentes sobre a sustentabilidade das contas públicas. Declarações recentes do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, intensificaram temores de aumento dos gastos públicos sem compensações adequadas.
O real sofreu desvalorização de 10% este ano, a maior entre as principais moedas. Juros futuros de médio e longo prazo subiram cerca de 200 pontos-base e o Ibovespa caiu 10,6% em 2024. A situação no México também afetou o mercado brasileiro, adicionando prêmio de risco.
No entanto, Khan prevê que os ativos brasileiros se beneficiarão dos cortes de juros pelo Fed nos EUA, esperados ainda para este ano.
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