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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista que o presidente Lula irá atuar como controlador na política de preços e investimentos da Petrobras (PETR3). Visando, assim, aumentar os investimentos em planos de transformação ecológica.
O ministro considera que direcionar os investimentos da Petrobras, como no caso da transformação ecológica, não representa uma intervenção na estatal. Questionado sobre outras estatais, ele menciona que, no caso da Eletrobras, discutir a representação da União no conselho não é algo “anormal” e tampouco configura intervenção.
“O presidente já falou um milhão de vezes que, tanto em relação à política de preços da Petrobras quanto em relação à política de investimentos da Petrobras, sendo uma empresa estratégica, ele vai atuar como o controlador para que a Petrobras, por exemplo, invista mais em transformação ecológica. É um direito do controlador fomentar a Petrobras nessa direção. O petróleo, se não vai terminar, vai ser cada vez menos usado”, disse o ministro em entrevista.
Em trecho de entrevista à CNN Brasil, Haddad mencionou que o “papel da Pasta é de colaborar para um bom ambiente de negócios no País. Incluindo apaziguar os ânimos do mercado quando há ruídos sobre “ações do governo com estatais”.
O governo Lula enfrenta críticas por “tentar interferir” na gestão de grandes empresas, como o caso da Petrobras, onde o conselho de administração decidiu reter o pagamento de dividendos extraordinários, uma decisão do presidente Lula. Isso, portanto, desapontou o mercado e levou a estatal, a perder cerca de R$ 56 bilhões em valor de mercado em um dia.
Intervenção na Petroleira
Tanto Haddad quanto o presidente da estatal, Jean Paul Prates, defendem a intervenção de Lula na Petrobras. Prates admitiu a intervenção do presidente da República na petroleira, mas preferiu chamá-la de orientação.
“O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva. Falar em ‘intervenção na Petrobrás’ (sic) é querer criar dissidências, especulação e desinformação”. O presidente da empresa, comentou em seu perfil no X.
“É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobrás (sic) é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção!”, complementa.
Prates admitiu a “orientação” de Lula, destacando que é legítimo que o Conselho de Administração se posicione orientado pelo Presidente da República e seus ministros. Ele citou o exemplo da decisão sobre os dividendos extraordinários como um caso em que isso ocorreu.
A intervenção do Governo, no entanto, dentro da Petrobras teve um impacto significativo no valor de mercado da empresa este ano, com o balanço financeiro do 4T23 ficando 14% abaixo das previsões dos analistas.
Crescimento em 2024
Fernando reafirmou que o Ministério da Fazenda mantém uma boa relação com o Congresso, contudo, com linha direta de comunicação. Ele alertou para preocupações quando a polarização política ameaça pautas cruciais para o futuro do país, como a reforma tributária sobre o consumo. Ainda, lembrou da pressão da oposição para bloquear o avanço do texto, que acabou sendo aprovado e promulgado em 2023.
Haddad declarou que a economia brasileira crescerá mais em 2024 do que as projeções atuais do governo, que estão em 2,2%. Ele expressou dúvidas de que o Brasil crescerá pouco, contudo, sugeriu que os técnicos terão que revisar as projeções.
O ministro comentou que não enxerga muita incerteza no curto prazo para a condução da política monetária e prevê uma melhoria no cenário externo até meados do ano. Portanto, ele mencionou um arrefecimento da inflação, especialmente em alimentos, e destacou uma janela de oportunidade para um ciclo positivo de crescimento no Brasil.
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