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Se a situação da Magazine Luiza no mercado de capitais já preocupava o mercado, uma nova preocupação parece ter surgido. O mercado esperava para ver o desempenho operacional da companhia, para reverter o momento negativo dos papéis. No entanto, os dados vieram aquém do esperado.
A Magazine Luiza (MGLU3) registrou um prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 89,1 milhões do mesmo período do ano passado.
O desempenho, em parte, reflete o recuo da receita líquida da varejista, que caiu 5% na base anual, para R$ 8,5 bilhões. A receita bruta caiu na mesma porcentagem, chegando a R$ 10,3 bilhões, impactada, de acordo com a companhia, pelo menor volume de vendas nas categorias bens duráveis.
O lucro bruto do Magazine Luiza, no entanto, aumentou 6,3% no ano, para R$ 2,4 bilhões, explicado pelo salto de 3 pontos percentuais da margem bruta, para 28,6%, pouco acima do consenso de 28%.
“Desde o começo do ano temos comunicado ao mercado que o cenário mudou e que ajustaríamos a operação a esse momento. Repassamos inflação de custo, repassamos o aumento da taxa de juros”, explica Vanessa Papini Rossini, gerente de Relações com Investidores da varejista, sobre a alta.
Segundo a companhia, a alta, porém, se deu, principalmente, por conta de uma maior receita de serviços provinda do marketplace.
De acordo com Rossini, a companhia vem avançando em se tornar um hub de serviços para as lojas parceiras – oferecendo logística, lucrando com custo transacional e também disponibilizando o serviço de antecipação de recebíveis. Com isso, tem avançado em sua receita provinda deste braço.
“O seller está vendendo parcelado, a duas, três vezes, e a gente fornece o valor à vista para o vendedor. Isso é muito importante para essas empresas, pois é uma forma de se financiar o capital de giro das operações. E fazemos isso com um custo competitivo”, explica.
O fim da esperança? Não para o mercado
Se o prejuízo ainda traz preocupações para a Magalu, seus investidores parecem não pautar a mudança. As ações da companhia disparam nesta sexta-feira, em alta de 18,75% em máxima nesta tarde.
O mercado aproveita o desempenho operacional aliado com a deflação da economia brasileira para voltar a colocar entre seus ativos as ações de varejo no último pregão da semana.
Em cenário semelhante, os papéis da Via (ex-Via Varejo) dona das marcas Casas Bahia e Ponto, também opera em alta robusta nesta sexta-feira, em alta de 15%, cotada a R$ 3,21.
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