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- A IRB Brasil cancelou sua próxima rodada de dividendos;
- Assim, a companhia de resseguros afirma que a reserva foi absorvida pelos prejuízos operacionais.
A companhia IRB (IRBR3) vem enfrentando uma série de dificuldades operacionais que vem impactando diretamente seu desempenho na bolsa de valores. Alguns investidores mais otimistas esperavam uma retomada destas ações, mas o cenário parece cada vez pior. A bomba da vez foi o anúncio do cancelamento dos dividendos da companhia, o que indica que os prejuízos operacionais estão em um nível preocupante! Confira agora mais detalhes!
Assim, a IRB cancela pagamento de dividendos que faziam parte de reserva especial criada em 31/07/2020
Segundo o comunicado, a empresa justifica o movimento como resposta aos prejuízos. Afinal, os dividendos, nada mais é que a distribuição do lucro líquido da companhia entre seus acionistas. Logo, se empresa “fecha no vermelho” não possui dinheiro em caixa para financiar os pagamentos.
Desse modo, a empresa afirma que a reserva foi absorvida por prejuízos apurados em trimestres posteriores. Portanto, desobrigando o pagamento do dividendo.
Os analistas do Credit Suisse deram para o mercado um verdadeiro “choque de realidade”. Afinal, muitos investidores seguem na expectativa de uma possível retomada da IRB a seus dias de glória. No entanto, parece que isto não acontecerá tão cedo.
Hora de evitar as ações?
O Credit Suisse cortou o preço-alvo para as ações do IRB (IRBR3), de R$ 5,00 para R$ 3,35, empurrando os papéis para uma queda de 3,7% nesta sexta-feira (4), a R$ 3,14 – a baixa no último ano é de mais de 40%.
Ademais, o banco também reiterou a recomendação underperform – algo equivalente à venda -, na primeira avaliação da instituição após o balanço do quarto trimestre. Para o Credit, o IRB apresentou resultados de subscrição piores do que o esperado e uma posição de “capital mais apertada”.
Além disso, analistas da instituição esperam que o cenário melhore por conta da alta da Selic, que deve elevar as receitas, mas avaliam que a rentabilidade deve continuar impactada no médio prazo, segundo relatório assinado por Marcelo Telles, Daniel Vaz e Bruna Amorim.
A rentabilidade, dizem os analistas, é impactada pela maior dificuldade para acomodar o excedente de capital mais apertado, sinistralidade acima da média. Portanto, comissão acima da média e redução do crescimento de receita decorrente de critérios mais rígidos para novos contratos.
O Credit Suisse agora espera um prejuízo líquido de R$ 29 milhões em 2022, ao passo que a última estimativa era de lucro líquido de R$ 350 milhões.
O banco também fala em lucro de R$ 225 milhões em 2023 (6,2% ROE), contra lucro de R$ 570 milhões (14,6% ROE) de projeção anterior.
Para o ano seguinte, os analistas calculam que o lucro do IRB chegue a R$ 408 milhões (11,0% ROE). O ROE de longo prazo foi definido a 14%, 250bps abaixo das últimas estimativas.
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