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Ações da Vale (VALE3) em queda: oportunidade ou armadilha para garantir dividendos de 10%?

O principal fator por trás da derrocada é a nova queda do minério de ferro no mercado chinês

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VALE GDI
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As ações da Vale (VALE3) estão vivendo um dia turbulento no mercado financeiro. Por volta das 11:40, desta sexta-feira (20), os papéis registravam uma queda expressiva de cerca de 1,76% a R$ 50,34. O tombo chama atenção dos investidores e levanta a pergunta: é o início de um ciclo mais complicado ou uma oportunidade disfarçada?

O principal fator por trás da derrocada é a nova queda do minério de ferro no mercado chinês.

A commodity fechou a última sessão cotada a US$ 97,30 por tonelada, refletindo preocupações com a redução da produção de aço na China — o maior consumidor global do minério.

A produção média diária chinesa caiu para 2,42 milhões de toneladas até 3 de junho, em forte retração frente ao mesmo período do ano anterior.

O mercado já começa a precificar uma possível mudança estrutural: o crescimento mais lento da China, somado aos desafios demográficos e às tensões comerciais com os EUA, pode impactar negativamente a demanda por minério nos próximos anos.

Em outras palavras, os investidores estão mais cautelosos com o que antes era uma aposta quase certa.

Fundamentos sólidos e dividendos generosos

Apesar do cenário desafiador, a Vale segue com fundamentos operacionais robustos.

A companhia opera com uma das estruturas de custo mais eficientes do mundo, o que garante rentabilidade mesmo com o minério abaixo de US$ 100.

Segundo estimativas de analistas, o atual patamar de preços pode proporcionar um retorno em dividendos (dividend yield) entre 9,5% e 10,5% já em 2025 — o que mantém a empresa atrativa para quem busca renda passiva.

Além disso, os preços das ações da mineradora têm oscilado entre R$ 51 e R$ 55 nas últimas semanas, uma faixa que muitos analistas gráficos classificam como zona de suporte. Isso significa que, do ponto de vista técnico, há espaço para uma recuperação no curto prazo.

Margem de segurança e visão de longo prazo

Na análise fundamentalista, o momento também não é dos piores. Considerando os múltiplos históricos da Vale e sua atual geração de caixa, o preço atual oferece uma margem de segurança estimada em 20%.

Para investidores com perfil de longo prazo, acostumados à volatilidade do setor de commodities, essa pode ser uma janela interessante de entrada.

Ainda assim, especialistas alertam que, apesar do potencial de valorização, o setor é cíclico por natureza e exige paciência — e uma carteira bem diversificada — para enfrentar os períodos de baixa.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.