
O Banco Inter (INBR32) divulgou nesta segunda-feira (12), que teve um lucro líquido de R$ 287 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), alta de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior (excluindo minoritários).
Mesmo com o forte crescimento, o número veio abaixo das expectativas do mercado, o que gerou reações mistas entre analistas.
O consenso Bloomberg esperava R$ 303 milhões de lucro com retorno sobre patrimônio (ROE) de 13,1%. A projeção do BTG Pactual, mais otimista, era de R$ 319 milhões com ROE de 14%. Enquanto no o Itaú BBA, praticamente cravou o número, projetando R$ 285 milhões.
Operacional do Inter
Apesar de não bater as estimativas, o trimestre foi positivo sob vários aspectos. O banco digital da família Menin melhorou seu índice de eficiência, que caiu 130 pontos-base e atingiu 48,8%, o melhor patamar da história recente da instituição.
Esse índice mede o quanto das receitas é consumido pelas despesas — quanto menor, melhor.
Essa evolução ajudou a sustentar a rentabilidade, com o ROE em 12,9%, avanço de 3,7 pontos percentuais em 12 meses.
No entanto, houve uma leve queda em relação ao 4T24, quando o índice estava em 13,2%, encerrando uma sequência de quatro trimestres de alta.
Momento sazonal
O CFO Santiago Stel destacou ao Brazil Journal que o resultado foi positivo dado o contexto sazonal adverso. “Mesmo nesse cenário de menos liquidez das pessoas, mantivemos o custo de funding em 63% do CDI e melhoramos o NPL 90 dias de 4,2% para 4,1%”, afirmou.
Tradicionalmente, o primeiro trimestre costuma apresentar piora na inadimplência devido a pressões como IPTU e IPVA.
Segundo ele, a melhora é fruto de um esforço contínuo de cobrança, ajustes na experiência do usuário (UX) e maior foco em clientes já conhecidos. “Foi o primeiro ano em que conseguimos reduzir o NPL no primeiro trimestre. Estamos refinando processos e entregando crédito de forma mais qualificada.”
Carteira e crédito
A carteira de crédito do Inter cresceu 7%, totalizando R$ 42,6 bilhões. Embora a expansão tenha sido um pouco mais lenta que no trimestre anterior (8%), houve avanços expressivos em produtos mais rentáveis, como FGTS (11%), home equity (4%) e consumer finance (18,8%) — que inclui o pix parcelado e o “compre agora, pague depois” (BNPL).
O banco também estreou no crédito consignado privado, originando quase R$ 200 milhões em apenas 10 dias, no final de março.
O NIM (margem líquida financeira) excluindo cartão de crédito à vista subiu de 7,6% para 7,7%, reforçando o ganho de rentabilidade com um mix de crédito mais saudável e juros mais elevados sobre carteiras antigas.
Controle de custos reforça rentabilidade
Enquanto a receita líquida ficou estável em relação ao quarto trimestre, o banco reduziu suas despesas administrativas em 1%, com destaque para o enxugamento de cerca de 200 colaboradores e ganhos operacionais no Interpag, sua operação de adquirência incorporada recentemente.
Base de clientes segue em expansão no Banco Inter
O Inter aumentou sua base em 1 milhão de clientes ativos, alcançando 21,9 milhões, enquanto o número total de clientes chegou a 37,9 milhões.
O banco segue perseguindo sua meta ambiciosa de 60/30/30: 60 milhões de clientes, ROE de 30% e índice de eficiência de 30%