
A batalha societária na Oncoclínicas (ONCO3) agora ganhou esfera penal. A gestora Latache Capital, acionista da companhia, acionou formalmente a Polícia Civil de São Paulo, pedindo a abertura de inquérito policial contra o banco americano Goldman Sachs e a gestora Centaurus Capital.
As informações é do Lauro Jardim, no O globo, e apontam que a acusação da gestora, assinada pelos advogados criminalistas Fábio Tofic e Mário Limongi, é de que há “fortes indícios de fraude” envolvendo a estrutura acionária apresentada no prospecto do IPO da Oncoclínicas.
A Latache alega que informações cruciais sobre a composição societária foram ocultadas, o que teria prejudicado acionistas minoritários e burlado obrigações legais e estatutárias.
Entenda a disputa na Oncoclínicas
A briga gira em torno de uma cláusula importante do estatuto da empresa: a obrigatoriedade de realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) quando um acionista ultrapassa os 15% de participação.
No momento do IPO, o único acionista declarado com mais de 15% era o Goldman Sachs.
No entanto, o requerimento da Latache afirma que o banco teria omitido que atuava em parceria com a Centaurus, o que mudaria substancialmente o cenário de controle e as obrigações legais.
Segundo os advogados da Latache, essa suposta manobra configuraria transferência irregular de ações e ocultação fraudulenta de informações relevantes, em desacordo com as obrigações da companhia perante o mercado e seus acionistas.
O outro lado da história: acusação de jogo sujo
A disputa não é de via única. Em resposta às movimentações da Latache, o fundo Josephina, ligado à Centaurus, acusa a gestora de “jogo sujo” e manobra deliberada para desgastar a imagem da empresa.
Além disso, a própria Oncoclínicas tem sido pressionada por seus acionistas a esclarecer a real participação de cada sócio relevante, especialmente após novos documentos questionarem a transparência da estrutura apresentada ao mercado no IPO.