A Americanas (AMER3) conseguiu negociar um abatimento de mais de R$ 500 milhões em uma dívida de R$ 865 milhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
O acordo, divulgado em fato relevante na última sexta-feira (13), representa uma virada significativa na conturbada situação fiscal da varejista, que tem tentado reorganizar suas finanças desde o estouro de um escândalo contábil bilionário em 2023.
Segundo a companhia, o acordo com a PGFN concedeu desconto total de juros e multas, respeitando o limite de 70% do valor consolidado do débito. O resultado? Um alívio de mais de meio bilhão de reais na dívida ativa da empresa com a União.
Mas o mais curioso está na forma de pagamento: a Americanas informou que pretende quitar o saldo restante em parcela única, utilizando uma combinação de depósitos judiciais já vinculados à dívida, créditos de prejuízos fiscais acumulados e recursos próprios em caixa — um movimento incomum para empresas em recuperação judicial, que normalmente negociam prazos mais longos e parcelamentos graduais.
Dessa forma, a varejista irá pagar R$ 365 milhões em uma única fatia a Fazenda.
“Todos os efeitos do acordo estarão devidamente refletidos nas demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2025”, destacou a empresa no comunicado ao mercado. Ou seja: a conta (ou melhor, o desconto) já vai aparecer no próximo balanço.