
- Dólar à vista recua 0,19% nesta quarta (7) diante de alívio nas tensões comerciais entre EUA e China
- EUA e China retomam diálogo comercial e reunião marcada na Suíça pode sinalizar o fim da guerra tarifária
- Banco Central do Brasil e Fed decidem sobre juros e expectativa é de Selic em recorde de 20 anos no Brasil
O dólar à vista iniciou esta quarta-feira (7) em leve queda frente ao real, refletindo o alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A trégua, ainda informal, entre as duas maiores economias do mundo traz certo otimismo aos mercados globais e dá fôlego para moedas emergentes como o real.
Ao mesmo tempo, os investidores se preparam para duas decisões importantes de política monetária: uma vinda do Federal Reserve (Fed), nos EUA, e outra do Banco Central do Brasil.
Às 9h05 (horário de Brasília), o dólar à vista registrava baixa de 0,19%, sendo negociado a R$ 5,699. No mercado futuro, o dólar com vencimento em junho, o mais líquido atualmente, subia 0,19%, a R$ 5,7440.
O movimento da moeda norte-americana mostra que, apesar da queda no mercado à vista, há expectativa de volatilidade nas próximas semanas, especialmente se os bancos centrais adotarem posturas mais rígidas.
A cotação do dólar turismo também se mantém pressionada. Pela manhã, o valor de compra girava em torno de R$ 5,728 e a venda batia R$ 5,908, refletindo o repasse das incertezas e custos adicionais do mercado.
Trégua comercial entre EUA e China
O fator mais imediato para a queda do dólar frente ao real foi a sinalização de diálogo entre Estados Unidos e China. O principal negociador comercial norte-americano, Jamieson Greer, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Jason Bessent, vão se reunir neste fim de semana com o vice-premiê chinês He Lifeng na Suíça.
A expectativa é de que esse encontro seja o primeiro passo concreto para encerrar a guerra tarifária que se arrasta há anos e vem impondo instabilidade global.
A simples retomada do diálogo já animou os mercados, que enxergam uma possível descompressão nas cadeias produtivas e uma redução nas incertezas econômicas internacionais. Esse alívio, mesmo que temporário, fortalece moedas de países emergentes e reduz a busca por segurança em ativos como o dólar.
Fed e BC brasileiro decidem sobre juros
Apesar da trégua comercial entre EUA e China, o foco dos investidores se volta para as decisões dos bancos centrais. O Federal Reserve deve anunciar nesta quarta-feira a manutenção das taxas de juros.
A grande atenção estará voltada para o discurso que acompanha a decisão, que pode trazer pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária americana.
Já no Brasil, o Banco Central enfrenta um dilema ainda maior. A expectativa majoritária do mercado é que a taxa Selic seja elevada para o nível mais alto em quase 20 anos.
A decisão reflete a tentativa de conter a inflação persistente e equilibrar o câmbio em meio ao cenário externo desafiador. No entanto, especialistas afirmam que o BC deve adotar uma postura cautelosa e evitar sinalizações agressivas sobre futuras altas, diante da incerteza global.
Além disso, o Banco Central brasileiro promove hoje um leilão de até 25 mil contratos de swap cambial tradicional. Assim, com o objetivo de rolar vencimentos previstos para 2 de junho.
Essa operação ajuda a suavizar a volatilidade do câmbio, mas também mostra que a autoridade monetária está atenta ao impacto da decisão sobre juros na estabilidade da moeda.