Fechamento de Mercado

Dólar encerra o dia em alta de 0,86%

O dólar encerrou o dia em alta de 0,86%, após queda inicial, influenciado pela elevação da Selic e expectativas fiscais no Brasil

Imagem/Reprodução
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O dólar à vista (USDBRL) iniciou a sessão de ontem em forte queda, refletindo as reações do mercado à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros. No entanto, a moeda americana conseguiu recuperar as perdas ao longo do dia, encerrando as negociações em alta de 0,86%, cotada a R$ 6,0072. Durante o pregão, o dólar chegou a atingir a mínima de R$ 5,8681, representando uma queda de 1,47% em relação ao fechamento de quarta-feira.

A valorização da moeda norte-americana foi influenciada por um conjunto de fatores, com destaque para os reflexos da decisão do Copom. A elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, foi o principal motor da volatilidade do mercado de câmbio. A medida visou o controle da inflação e sinalizou a continuidade da política de juros elevados, com o Banco Central antecipando novas elevações para os meses de janeiro e março de 2025. O diferencial de juros mais alto entre o Brasil e países com moedas fortes, como os Estados Unidos, faz com que o real se torne atraente para operações de “carry trade”, o que impactou a negociação da moeda.

A alta do dólar também acompanhou a tendência externa. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas globais, subiu 0,26%, alcançando 106,354 pontos. Esse movimento, combinado com o aumento do diferencial de juros, gerou um cenário de fortalecimento do dólar no mercado internacional.

No Brasil, o Banco Central realizou leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, totalizando US$ 4 bilhões, mas as operações não influenciaram diretamente a cotação da moeda. O mercado financeiro segue atento à política monetária do país, que mantém uma postura conservadora em relação à taxa de juros. Além disso, a expectativa de mais aperto monetário nas próximas reuniões do Copom continua a provocar reações nos investidores.

Cenário político e fiscal ainda impactam o câmbio

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reafirmou a confiança do governo nas reformas fiscais em andamento e a importância do marco fiscal para a estabilidade econômica do país. “Toda vez que alguém duvida do compromisso do governo federal, do presidente Lula, da liderança do ministro Fernando Haddad em relação ao marco fiscal, nós redobramos a aposta”, declarou Padilha, após reunião com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão). O governo busca garantir a votação das medidas fiscais no Congresso, o que pode afetar a percepção do mercado em relação à confiança na economia brasileira.

Além do cenário fiscal, o quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue sendo monitorado de perto. O presidente passou por um procedimento para drenar um hematoma no crânio nesta quinta-feira (12) e permanece internado na UTI do Hospital Sírio-Libanês. A previsão é de que ele deixe a UTI no dia 13 de dezembro, o que também tem gerado especulações sobre o impacto político dessa situação no curto prazo.