COTAÇÃO DO DÓLAR NESTA QUINTA-FEIRA (12):
- 09:10 – Dólar comercial (Compra): -0,07%, cotado a R$ 5,534. Veja a cotação em tempo real AQUI.
O que influencia o dólar hoje?
O dólar opera nesta quinta-feira (12) sob pressão no mercado global, com investidores atentos ao acordo comercial entre Estados Unidos e China, as tensões no Oriente Médio, ruídos fiscais no Brasil e as expectativas sobre o rumo da política monetária norte-americana.
Na última quarta-feira (11), a moeda fechou o pregão em queda de 0,57%, cotada a R$ 5,538.
Aperto de mãos entre EUA e China
Uma combinação de fatores impactam o câmbio nesta quinta-feira (12), mas globalmente, o principal fator é o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, que traz uma nova trégua para uma guerra tarifária iniciada por Donald Trump.
Segundo o presidente americano, as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses ficarão em 55%, enquanto a China cobrará 10% sobre produtos dos EUA.
O destaque, porém, ficou por conta da remoção de restrições chinesas às exportações de minerais de terras raras, insumo estratégico para setores como defesa e tecnologia.
Apesar da sinalização positiva, a falta de detalhes concretos e a necessidade de aprovação formal por ambos os presidentes deixam o mercado em modo de espera.
Juros dos EUA
Outro fator central do dia são dos dados de inflação nos Estados Unidos. Hoje sai mais um indicador, o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês).
No início desta semana, saiu o Índice de Preços ao consumidor (CPI), que veio abaixo das projeções dos economistas, reacendendo as apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá, enfim, começar a cortar os juros em breve.
A leitura suave do indicador enfraquece o dólar globalmente, já que juros mais baixos tornam os ativos em dólar menos atrativos.
Para analistas, o dado de inflação foi um alívio para os mercados e abre espaço para o Fed reavaliar sua postura já na reunião do FOMC da próxima semana — especialmente se os números de emprego também vierem fracos.
No Brasil, ruído fiscal volta a incomodar
Se lá fora a maré é favorável, aqui dentro o cenário é de cautela. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou em audiência pública que o governo pretende tributar mais os contribuintes de renda mais alta. O plano, no entanto, foi recebido com ressalvas no Congresso.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou que o pacote de compensações do governo — principalmente em relação ao IOF — deve enfrentar forte resistência entre os parlamentares, especialmente pela ausência de medidas claras de corte de gastos.
Tensão no Oriente Médio
Os departamentos de Estado e de Defesa dos EUA começaram a coordenar a retirada de pessoal não essencial de embaixadas e bases no Oriente Médio, incluindo Iraque, Bahrein, Kuwait e Erbil, diante de tensões crescentes na região, especialmente entre Irã e Israel.
O Comando Central dos EUA (Centcom) acompanha a escalada de riscos, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, autorizou a saída voluntária de familiares de militares. O general Michael Kurilla, chefe do Centcom, chegou a adiar um depoimento no Senado devido à situação.
Embora os motivos exatos não tenham sido divulgados, os movimentos ocorrem em paralelo às negociações travadas entre a administração Trump e o Irã por um novo acordo nuclear.
Trump afirmou estar menos confiante na possibilidade de um acordo e, segundo a CNN, teria pedido ao premiê israelense Benjamin Netanyahu para evitar retórica sobre ataques ao Irã.
Apesar da movimentação dos EUA, o governo iraquiano declarou que as retiradas não se relacionam diretamente à segurança em seu território. O Departamento de Estado não se pronunciou oficialmente até o momento.
Na agenda: dados ainda podem mexer com o câmbio
Além dos dados já divulgados, o dia reserva mais termômetros da economia:
- EUA: Pedidos de seguro-desemprego e PPI de maio (às 9h30) podem reforçar ou aliviar a aposta de corte de juros.
- Brasil: Vendas no varejo de abril (às 9h) ajudam a medir a temperatura da economia local.
- Zona do Euro: Discursos de dirigentes do BCE alimentam expectativas sobre o ritmo de política monetária na Europa.