Câmbio

Dólar hoje volta a subir após menor cotação em 1 ano — veja o que movimenta o câmbio

Alta nas taxas de emprego, feriado nos EUA e prazo de tarifas acendem alerta no mercado global; Ibovespa bate novo recorde histórico

Dólar
Reprodução

Depois de encerrar a quinta-feira (3) no menor patamar em mais de um ano, o dólar opera nesta sexta-feira (4) em leve recuperação, subindo 0,16% e sendo cotado a R$ 5,4195 às 9h45. O movimento marca uma pausa na sequência de queda da moeda, que ainda acumula recuo semanal de 1,2%.

A alta ocorre em um dia atípico: o mercado financeiro norte-americano está fechado por conta do feriado de Independência dos Estados Unidos, o que reduz a liquidez global e tende a deixar os ativos mais sensíveis a qualquer sinal do noticiário econômico e político.

O que mexeu com o câmbio?

A disparada do Ibovespa na véspera, que subiu 1,34% e bateu o recorde histórico de 140.927 pontos, foi impulsionada por um pacote de boas notícias vindas dos Estados Unidos. O destaque foi o relatório de emprego payroll, que mostrou a criação de 147 mil vagas em junho, acima das 110 mil esperadas pelo mercado e também superando os 144 mil postos abertos em maio.

Além disso, a taxa de desemprego caiu para 4,1%, contrariando as previsões de alta para 4,3%. Outro dado relevante, os pedidos de auxílio-desemprego, também surpreenderam: caíram para 233 mil, o menor número em seis semanas.

“O payroll afasta, por ora, os temores de desaceleração da economia americana. Mas também reduz o espaço para cortes imediatos de juros pelo Fed”, explica André Valério, economista sênior do Inter.

E os juros dos EUA?

O mercado financeiro vinha apostando em um corte de juros já na reunião do Federal Reserve (Fed) no final de julho. Mas os dados robustos de emprego adiaram essas expectativas para setembro.

“É possível que o Fed adote uma postura de ‘corta e espera’ — com corte em setembro e pausa em novembro”, afirma Valério.

O atual nível da taxa básica de juros nos EUA está entre 4,25% e 4,5%.

Tarifas à vista: Trump pressiona com prazo de 9 de julho

Outro fator que mantém os investidores em estado de alerta é o avanço das negociações comerciais entre os EUA e seus parceiros globais.

O prazo-limite para evitar a aplicação de novas tarifas de importação se encerra em 9 de julho.

Nesta sexta, o ex-presidente Donald Trump — favorito republicano à eleição de novembro — afirmou que as tarifas começarão a valer em 1º de agosto e podem chegar a 70% em alguns casos.

“Até o dia 9, todos estarão totalmente cobertos”, disse Trump, sugerindo que o período de isenção está perto do fim e que acordos bilaterais precisam ser fechados rapidamente para evitar o impacto das tarifas.

Esse tipo de instabilidade comercial costuma fortalecer o dólar globalmente, já que os investidores buscam proteção em ativos mais seguros, como a moeda americana.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.