
- A moeda americana recua frente ao real, seguindo perdas globais após novos ataques de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell
- Dólar comercial opera em R$ 5,801 na venda, dólar turismo alcança R$ 6,036, refletindo instabilidade externa e cautela do mercado
- Investidores monitoram o cenário de tarifas e aguardam novos sinais da política monetária dos EUA, que seguem impactando o câmbio
O dólar à vista iniciou esta terça-feira (22) em queda frente ao real, acompanhando o movimento de desvalorização da moeda americana em relação a outras divisas de países emergentes.
A pressão veio após novos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. As críticas aumentaram a tensão entre o mercado e a autoridade monetária. Dessa forma, gerando incertezas sobre os rumos da política de juros nos EUA.
Trump voltou a responsabilizar Powell por uma suposta fraqueza da economia americana, alegando que o Fed não reduz as taxas de juros de forma suficiente para estimular o crescimento e enfrentar a concorrência global. Contudo, em especial, da China.
Investidores temem que a retórica agressiva de Trump possa comprometer a independência do banco central norte-americano. Além de aumentar a instabilidade nos mercados financeiros.
Além disso, o mercado segue atento a possíveis mudanças nas tarifas comerciais. O ambiente de cautela reduziu o apetite por ativos americanos e favoreceu moedas como o real. Contudo, que se beneficiaram do movimento de aversão ao dólar.
Cotação do dólar reflete perda de força global
Por volta das 10h30, o dólar comercial era negociado a R$ 5,799 na compra e R$ 5,801 na venda, registrando queda em relação ao fechamento anterior. Já o dólar turismo apresentava valores mais elevados. Dessa forma, sendo cotado a R$ 5,856 na compra e R$ 6,036 na venda, refletindo custos adicionais relacionados à negociação com o varejo e à volatilidade do mercado.
A queda da moeda americana ocorre em um contexto de maior demanda por moedas de países emergentes. Ainda, que vêm se beneficiando das recentes movimentações políticas e econômicas nos Estados Unidos.
Com a instabilidade provocada pelos discursos de Trump e a crescente incerteza sobre os próximos passos do Fed, investidores buscam alternativas mais previsíveis, ao menos no curto prazo.
A tendência de enfraquecimento do dólar também é impulsionada pela expectativa de que o Fed possa adotar medidas menos agressivas no combate à inflação, especialmente se a pressão política se intensificar. Isso reduz a atratividade dos títulos americanos e abre espaço para uma reprecificação global da moeda.
Mercado observa cenário tarifário e política monetária
Além das críticas ao Fed, os investidores acompanham atentamente qualquer sinal de avanço ou deterioração nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros, especialmente China e União Europeia.
A possibilidade de novas tarifas ou retaliações pode alterar rapidamente o fluxo cambial. Assim, impactando diretamente o comportamento do dólar no mercado internacional.
Em paralelo, há uma expectativa crescente de que o Federal Reserve se pronuncie nos próximos dias sobre sua estratégia para os juros. Qualquer indício de corte ou manutenção das taxas pode influenciar não só o valor do dólar, mas também a alocação de recursos em mercados emergentes, como o Brasil.
A combinação entre a turbulência política em Washington, a instabilidade nas negociações comerciais e a sensibilidade do mercado diante da política monetária transforma o cenário cambial em um campo de constantes reavaliações.
Por ora, o real se fortalece frente ao dólar. Mas, o ambiente segue volátil e altamente dependente dos próximos passos da Casa Branca e do Fed.