
- O dólar comercial caiu 0,57%, cotado a R$ 5,735, seguindo a tendência de queda pela sétima semana consecutiva
- O alívio nos mercados veio após Donald Trump adiar a imposição de tarifas recíprocas, o que fortaleceu o real
- O Banco Central realiza leilão de swap cambial para rolar contratos de vencimento, ajudando a controlar a volatilidade do mercado
O dólar comercial operava com baixa em relação ao real nesta sexta-feira (14), estendendo a tendência de queda que já perdura por seis semanas consecutivas. A desvalorização da moeda americana ocorre em meio ao alívio dos investidores com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar a implementação de tarifas recíprocas.
A medida fez com que os mercados reagissem positivamente, impulsionando o real e favorecendo a continuidade da tendência de queda do dólar.
Cotações
Às 9h58, o dólar à vista registrava queda de 0,57%, sendo cotado a R$ 5,735 na compra e R$ 5,736 na venda. Esse movimento de queda é visto como reflexo do alívio nos mercados globais. Uma vez que as tarifas anunciadas por Trump, caso implementadas, poderiam afetar o comércio internacional, incluindo as exportações brasileiras.
O dólar futuro também acompanhava esse movimento de baixa, com o contrato para março cedendo 0,14%, cotado a 5.769 pontos.
O comportamento da moeda americana nesta sexta-feira marca uma continuidade do movimento de valorização do real, que já é observado desde a semana passada.
O dólar à vista, por exemplo, havia fechado a véspera em leve alta de 0,10%, cotado a R$ 5,7679. No entanto, a perspectiva para a semana é de mais queda, com os investidores esperando que o cenário internacional mais estável ajude a fortalecer a moeda brasileira.
Decisão de Trump e os efeitos nos mercados
O anúncio de Trump sobre as tarifas recíprocas gerou uma série de reações nos mercados financeiros. Inicialmente, a imposição dessas tarifas teria afetado negativamente os países envolvidos no comércio com os Estados Unidos, incluindo o Brasil. Contudo, a decisão de adiar a implementação dessas tarifas trouxe alívio aos investidores, que reagiram positivamente à diminuição das tensões comerciais.
Com o adiamento das tarifas, o ambiente se tornou mais previsível para os mercados financeiros, permitindo um fortalecimento do real. Os investidores, que já estavam apreensivos com a possibilidade de novas tarifas, agora se sentem mais confiantes, o que refletiu diretamente na cotação do dólar.
Esse comportamento é típico em momentos de incerteza, quando uma resolução, por mais temporária que seja, gera uma resposta imediata nos mercados financeiros.
Ação do Banco Central e leilão de swap cambial
Além dos fatores internacionais, o Banco Central também tem desempenhado um papel importante no mercado cambial. Nesta sexta-feira, a autoridade monetária anunciou a realização de um leilão de até 9.630 contratos de swap cambial tradicional.
O objetivo da operação é a rolagem do vencimento de contratos que ocorrem em 5 de março de 2025. A ação do Banco Central visa garantir a manutenção da liquidez e evitar excessivas flutuações no mercado de câmbio, permitindo um controle mais eficiente da cotação da moeda americana.
Essas operações de swap cambial têm como objetivo reduzir a volatilidade do mercado, especialmente em um cenário de pressão externa como o que se viu recentemente com as discussões sobre tarifas.
O mercado reagiu com atenção a esse leilão, mas o impacto foi moderado, uma vez que o cenário mais estável trouxe um alívio para os investidores e, consequentemente, para a cotação do real.
Cenário atual do mercado de câmbio
O dólar turismo, por sua vez, também seguiu a tendência de queda, sendo negociado com a cotação de compra em R$ 5,82 e venda em R$ 6,00. Embora essa variação seja um reflexo das flutuações no mercado de câmbio, ela também demonstra o impacto de fatores internacionais, como as decisões políticas e econômicas de grandes potências, que afetam diretamente o valor das moedas globais.
Para o mercado brasileiro, a expectativa é de que o dólar continue sua trajetória de desvalorização nos próximos dias, principalmente se as tensões comerciais internacionais não se agravarem.
O real, por sua vez, se beneficia dessa incerteza reduzida, o que pode gerar mais confiança nos investidores e atrair investimentos para o país.