Dólar a R$ 6,09

Dólar sobe 1,02% após dados positivos dos EUA e incertezas fiscais no Brasil

Dólar se recupera após três dias de queda, impulsionado por dados do mercado de trabalho nos EUA e incertezas fiscais no Brasil

Fonte/Reprodução
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O dólar à vista (USDBRL) registrou alta de 1,02% nesta sexta-feira (6), fechando a R$ 6,0708. O movimento ocorreu após três sessões consecutivas de desvalorização da moeda americana frente ao real. Durante a sessão, o dólar chegou a operar abaixo de R$ 6, atingindo a mínima intradia de R$ 5,9847, mas a recuperação foi impulsionada por fatores externos e internos que influenciaram o mercado cambial.

No cenário internacional, o dólar se fortaleceu acompanhando a alta do índice DXY, que compara a moeda americana com uma cesta de seis divisas globais. O indicador atingiu a máxima intradia de 106,159 pontos, fechando com uma alta de 0,33%, aos 106,045 pontos. Com isso, o dólar acumulou um avanço de 1,16% em relação ao real nesta semana.

Cenário interno e fiscal impacta o mercado de câmbio

No Brasil, o mercado demonstrou preocupação com o cenário fiscal doméstico, o que contribuiu para a pressão sobre o real. A percepção de que o pacote de gastos do governo, apresentado na semana passada, pode ser desidratado no Congresso Nacional levou a uma escalada nos juros futuros. As taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) subiram até 30 pontos-base nos vencimentos mais longos da curva.

Esse movimento também teve reflexos no mercado cambial, já que a taxa de juros é um fator importante na atratividade de investimentos em reais. O dólar ganhou força frente ao real com a expectativa de que o cenário fiscal no Brasil siga trazendo incertezas, o que tende a desestimular a confiança do investidor.

Dados econômicos dos EUA reforçam a expectativa de redução de juros pelo Fed

Nos Estados Unidos, o mercado acompanhou com atenção o relatório oficial de empregos (payroll) referente ao mês de novembro, que revelou a criação de 227 mil postos de trabalho, superando a expectativa de 200 mil. Embora a taxa de desemprego tenha subido de 4,2% em outubro para 4,3% em novembro, o resultado reforçou as apostas de continuidade do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed).

Em resposta aos dados, a probabilidade de que o Fed corte a taxa de juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%, subiu para 88,8%, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. A próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC) ocorrerá entre 17 e 18 de dezembro, e a expectativa é de que o afrouxamento monetário se mantenha em pauta, como destaca a presidente da unidade do Fed de Cleveland, Beth Hammack.

Fed mantém opções em aberto para próximas decisões monetárias

Em seu discurso, Hammack afirmou que o Fed está avaliando cuidadosamente as condições econômicas e que “está no ponto ou perto do ponto em que faz sentido diminuir o ritmo das reduções de juros”. A presidente destacou que uma abordagem mais gradual nas decisões de política monetária permitirá ajustar a economia para um nível adequadamente restritivo ao longo do tempo, conforme as forças subjacentes da economia.