
- Dólar sobe 0,28% após divulgação do PIB brasileiro em linha com expectativas
- Mercado aguarda dados de inflação dos EUA e teme endurecimento da política comercial americana
- Dívida pública brasileira sobe, mas dentro das previsões, e não altera perspectiva fiscal no curto prazo
O dólar iniciou esta sexta-feira (31) em alta frente ao real, reagindo com cautela aos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. E, ainda, aguardando informações cruciais sobre a inflação dos Estados Unidos. Com a política comercial norte-americana ainda no radar dos investidores, o mercado cambial opera com volatilidade.
Às 9h09, o dólar à vista subia 0,28%, negociado a R$ 5,683 na venda. Apesar do avanço nesta manhã, a moeda acumula uma leve queda de 0,18% no mês. Já na B3, o dólar futuro para junho (contrato mais líquido) registrava alta de 0,33%, cotado a 5.687 pontos. No fechamento de quinta-feira (30), o dólar havia recuado 0,51%, cotado a R$ 5,6663.
Combinação de fatores
O movimento de alta reflete a combinação de fatores internos e externos. No Brasil, os dados do PIB vieram dentro das expectativas. A economia cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 frente aos três últimos meses do ano passado, somando R$ 3 trilhões. Em relação ao mesmo período de 2024, o avanço foi de 2,9%. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi de 3,5%.
O desempenho positivo do PIB foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que cresceu expressivos 12,2%. O setor de serviços também avançou, embora timidamente, com alta de 0,3%, enquanto a indústria apresentou estabilidade, com leve recuo de 0,1%.
Apesar do dado animador, o mercado não demonstrou euforia. Dessa forma, refletindo uma percepção de que o crescimento já era amplamente esperado. A estabilidade das expectativas leva os investidores a concentrarem atenções agora nos próximos dados macroeconômicos dos Estados Unidos. Especialmente, os números de inflação, que podem influenciar diretamente a trajetória dos juros no país.
A expectativa em torno da política monetária dos EUA segue como fator central para os ativos de risco nos mercados globais. Caso os dados de inflação venham acima do esperado, podem aumentar as apostas de que o Federal Reserve (Fed) manterá os juros elevados por mais tempo. Assim, o que tende a pressionar moedas emergentes, como o real.
Comércio, disputas e tarifas
Além disso, a política comercial dos Estados Unidos voltou a preocupar os mercados. Sinais de endurecimento de tarifas e disputas com grandes parceiros comerciais, como China e União Europeia, adicionam incerteza ao ambiente econômico global. Esse cenário aumenta a aversão ao risco e estimula a busca por ativos mais seguros, como o dólar.
Outro dado importante monitorado nesta manhã foi a dívida pública brasileira. A dívida bruta, no entanto, subiu para 76,2% do PIB em abril, levemente acima dos 75,9% registrados no mês anterior. Já a dívida líquida do setor público passou de 61,6% para 61,7% do PIB.
Os números, contudo, vieram exatamente em linha com as projeções dos analistas consultados pela Reuters. O que também contribuiu para a reação comedida do mercado.
No câmbio comercial, o dólar operava com os seguintes valores:
- Compra: R$ 5,682
- Venda: R$ 5,683
Já o dólar turismo era negociado a:
- Compra: R$ 5,669
- Venda: R$ 5,849