
- Bradesco elevou Klabin para ‘compra’ com preço-alvo de R$ 25, upside de 36%
- Banco vê ação com perfil mais doméstico e forte geração de caixa nos próximos anos
- Expectativa de dividend yield entre 5% e 6% e desalavancagem consistente até 2026
A Klabin (KLBN11) pode estar prestes a deixar a zona do esquecimento. Nesse sentido, após recuar 20% em 2024, enquanto o Ibovespa já sobe 16%, a companhia foi escolhida como “top pick” pelo Bradesco BBI. Desse modo, o banco elevou a recomendação para compra e fixou novo preço-alvo de R$ 25, o que representa uma alta potencial de 36%.
Bradesco vê ação barata e pouco sensível ao câmbio
Segundo o Bradesco, muitos investidores enxergam a Klabin apenas como exportadora de celulose. No entanto, isso está longe da realidade atual. Sendo assim, quase metade do seu EBITDA vem de vendas internas de papel e embalagens, que seguem estáveis.
Além disso, a exposição cambial da empresa é menor do que a de rivais como a Suzano. Logo, uma variação de R$ 0,10 no câmbio, por exemplo, afetaria o EBITDA da Klabin em apenas 1%. Já na Suzano, o impacto seria de 3%, segundo o banco.
Portanto, o Bradesco ainda prevê que o dólar feche 2025 e 2026 em R$ 5,50. Mesmo com esse cenário, a Klabin deve manter desempenho positivo, dada sua estrutura de receitas diversificada.
EBITDA crescente e fundamentos sólidos
Para este ano, o banco estima um EBITDA de R$ 8,5 bilhões. Já em 2025, o valor esperado é de R$ 9,9 bilhões. Assim, esse crescimento viria de várias frentes, incluindo kraftliner, embalagens resilientes e celulose fluff.
Além disso, a empresa mantém presença forte na Europa. Isso deve ajudar a compensar possíveis pressões de preço na China.
Nesse sentido, o múltiplo EV/EBITDA da Klabin pode cair para 5,2x em 2026. Então, isso está bem abaixo da média histórica de 8,4x, o que indica uma boa margem de segurança para o investidor.
Além disso, o Bradesco projeta um free cash flow yield entre 9% e 16% nos próximos dois anos. Em suma, isso reforça a atratividade do papel, mesmo em um cenário macro mais desafiador.
Menos dívida e mais dividendos no radar
A Klabin vem reduzindo sua alavancagem de forma consistente. Então, a expectativa é de que a dívida líquida/EBITDA passe de 3,9x para 2,5x até o fim de 2026.
Ademais, com isso o pagamento de dividendos também deve aumentar. Logo, o banco estima R$ 1,2 bilhão em 2025 e R$ 1,4 bilhão em 2026. Assim, os yields esperados são de 5% e 6%, respectivamente.
Hoje, a empresa vale R$ 23 bilhões na Bolsa. Desse modo, para o Bradesco, essa combinação de baixa alavancagem, crescimento de resultados e proventos crescentes cria uma oportunidade rara.