- Ibovespa rompe os 138 mil pontos pela 1ª vez, impulsionado por Vale, bancos e empresas de saúde
- Dólar recua a R$ 5,62 e juros futuros caem, aliviando o mercado e animando ações sensíveis ao crédito
- Petrobras decepciona mesmo com lucro bilionário, e ações recuam após reação fria do mercado ao seu balanço
O Ibovespa registrou nesta segunda-feira um marco inédito em sua trajetória: superou pela primeira vez a barreira dos 138 mil pontos, alcançando os 138.050,68 pontos no auge da manhã, com alta de 1,09%.
A escalada reflete o otimismo dos investidores, alimentado por balanços positivos de grandes companhias, valorização de blue chips e um ambiente mais favorável nos juros e no câmbio.
A forte valorização de ações como Vale (VALE3) e Hapvida (HAPV3) foi determinante para o avanço. A mineradora atingiu sucessivas máximas, negociada acima de R$ 54,70, enquanto a Hapvida saltou mais de 10% após divulgar um bom desempenho no primeiro trimestre. Natura (NTCO3) também figurou entre os maiores ganhos da manhã, refletindo a recepção positiva ao seu balanço financeiro.
Paralelamente, o dólar comercial caiu 1,08%, cotado a R$ 5,62, influenciado por fluxo positivo de capital estrangeiro e expectativa de manutenção dos juros americanos. Os juros futuros também recuaram, aliviando a curva de rendimentos e impulsionando setores sensíveis ao crédito, como varejo e construção.
Gigantes do mercado
No entanto, nem todas as gigantes do mercado acompanharam o ritmo. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) recuaram, mesmo após a companhia divulgar um lucro líquido de R$ 35 bilhões no primeiro trimestre. Dessa forma, um crescimento de 48% em relação ao mesmo período de 2024 e acima das projeções dos analistas.
O mercado, no entanto, reagiu com ceticismo, interpretando o resultado como insustentável diante da nova política de dividendos da estatal. Além das incertezas sobre seu plano de investimentos.
Setores variados marcaram o desempenho da bolsa. Os bancos avançaram com força: Bradesco (BBDC4) subiu 1,54%, Banco do Brasil (BBAS3) ganhou 1,27%, Santander (SANB11) teve alta de 0,87% e Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 0,44%. Já as varejistas e siderúrgicas oscilaram entre leves altas e quedas, refletindo, assim, seletividade nas apostas dos investidores.
Apesar do momento positivo, alguns papéis registraram quedas expressivas, como YDUQS (YDUQ3), que recuou mais de 7%, e Brava Energia (BRAV3), com perdas superiores a 4%.
Esses movimentos de correção não tiraram o brilho do dia histórico para o índice. Que pode, portanto, manter o impulso se os dados macroeconômicos e corporativos continuarem alinhados com as expectativas.
Visão otimista
O índice de volatilidade da Bolsa brasileira (VXBR) recuou 3,81%, sinalizando menor percepção de risco no curto prazo. Nos Estados Unidos, o índice VIX também caiu, colaborando para o apetite global por ativos de risco.
Com esse pano de fundo, analistas mantêm uma visão otimista para o mercado doméstico. Especialmente, se o cenário externo seguir contribuindo e a agenda fiscal brasileira não frustrar.
A performance recorde do Ibovespa reflete uma combinação de fundamentos sólidos, apetite por risco e fluxo estrangeiro. Mesmo com algumas sombras no horizonte, como a oscilação do petróleo e a sensibilidade fiscal, o mercado mostra força e disposição para explorar novos patamares.