
- Copom, balanços e política fiscal mantêm o mercado em compasso de espera
- Ibovespa fecha em novo recorde histórico, impulsionado por bancos e PETR4
- Wall Street recua com temor de bolha em IA e alertas de executivos
Mercado firme. O Ibovespa contrariou as previsões e encerrou o pregão desta terça-feira (4) com nova máxima histórica, mesmo diante das quedas em Wall Street e da baixa de VALE3. O índice subiu 0,17%, aos 150.704,20 pontos, acumulando dez sessões seguidas de alta, a sequência mais longa desde julho de 2024.
Durante o dia, o índice chegou aos 150.887,55 pontos, renovando o recorde intradiário pela quinta vez consecutiva. O desempenho reforça a percepção de força da bolsa brasileira, impulsionada por bancos e PETR4, enquanto o cenário internacional mostra sinais de cautela.
Mercados globais em alerta
Enquanto o Brasil segue em ritmo de alta, os índices americanos recuaram. Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 caíram diante de alertas de executivos de grandes bancos sobre uma possível correção de mais de 10% nos próximos meses. O movimento refletiu uma realização de lucros após o recente rali das ações de tecnologia.
Líderes como Ted Pick (Morgan Stanley) e David Solomon (Goldman Sachs) destacaram que os lucros seguem firmes, mas os valuations estão esticados. A percepção de que os preços podem ter subido demais levou investidores a reduzir exposição em ativos de risco.
Além disso, Michael Burry, da Scion Asset Management, conhecido pelo filme A Grande Aposta, revelou posições vendidas em NVIDIA e Palantir, reacendendo temores de uma bolha em Inteligência Artificial (IA) e pressionando o humor global.
Temores com IA e reflexos na Europa
As quedas em Palantir, AMD, NVIDIA e Amazon puxaram a correção em Nova York, que acabou atingindo também os mercados europeus. Investidores demonstraram preocupação com valuations fora da realidade e lucros que não acompanham o ritmo de valorização.
Um dos indicadores mais respeitados do mercado, o P/L de Shiller, ultrapassou 40 pontos, patamar que historicamente antecede períodos de retorno menor nas bolsas. O dado foi divulgado pelo Wall Street Journal.
Enquanto isso, os EUA tiveram eleições estaduais parciais, e o clima político também trouxe alguma volatilidade. O dólar avançou 0,77%, a R$ 5,399, e os juros futuros voltaram a subir por toda a curva.
Agenda doméstica: Copom e balanços
No Brasil, o destaque do dia foi a fala do ministro Fernando Haddad, que prometeu entregar o melhor resultado fiscal desde 2015. Ele voltou a criticar os juros altos, afirmando que “vão ter que cair”, o que adicionou pressão sobre o Banco Central na véspera da decisão do Copom.
Além disso, a produção industrial de setembro mostrou nova queda, confirmando o ritmo fraco do setor. Segundo o IBGE, a política monetária ainda freia a atividade desde o segundo semestre de 2024.
Portanto, no mercado corporativo, as atenções seguem voltadas para a temporada de balanços do 3T25. O Itaú Unibanco (ITUB4) divulga resultado após o fechamento, enquanto CSN (CSNA3) e PETR4 também estão no radar dos investidores.
Destaques corporativos
Entre os papéis do dia, Embraer (EMBR3) caiu 3,60%, mesmo após resultados considerados positivos. Klabin (KLBN11) subiu 2,95%, sustentada por forte geração de caixa, e BB Seguridade (BBSE3) avançou 1,20%, apoiada em lucros sólidos.
Ademais, CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) recuaram, com investidores antecipando efeitos da volatilidade no minério de ferro. Já VALE3 perdeu 1,12%, pressionada pela queda do minério na China.
Por fim, o alívio veio de PETR4, que subiu 0,50%, e dos bancos, BBAS3, BBDC4 e SANB11, que compensaram as perdas da mineradora e ajudaram o índice a renovar máximas.