Hora de comprar? Esses FIIs negociam abaixo do valor patrimonial em 2025

• Fundos de shopping e CRIs ainda operam com descontos de até 60% frente ao valor patrimonial
• Especialistas apontam que a queda dos juros pode impulsionar forte recuperação das cotas
• Diversificação entre fundos de papel e tijolo é chave para montar uma carteira vencedora

Com uma valorização acumulada de 9,5% no ano, o IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) reacendeu o interesse dos investidores. No entanto, especialistas do setor apontam que, apesar da alta, ainda há espaço relevante para valorização.

Fundos de shoppings e os chamados fundos de papel (que investem em recebíveis) continuam negociando com deságio expressivo frente ao seu valor patrimonial. Segundo analistas, trata-se de uma janela de oportunidade para quem busca multiplicar o capital no médio e longo prazo.

Bruno Nardo, sócio da RBR Asset e gestor da área de Ativos Líquidos e Multiestratégia, destaca que o momento atual favorece a entrada em fundos negociados com grande desconto.

“Hoje é possível adquirir cotas de fundos de shopping com deságio médio entre 10% e 20% em relação ao seu valor patrimonial. Para quem tem visão de médio ou longo prazo, o cenário é muito promissor”, afirma.

A lógica é simples: ao comprar uma cota por menos do que ela vale em patrimônio líquido, o investidor aumenta seu potencial de valorização futura, especialmente se o mercado precificar corretamente esses ativos à medida que os juros caem.

Além dos shoppings, os fundos de recebíveis imobiliários (CRIs) também chamam atenção. Nardo, portanto, enfatiza que eles continuam colhendo os frutos de um ambiente de juros e inflação elevados.

“Eles oferecem um excelente equilíbrio entre risco e retorno, mesmo com a Selic em patamar elevado”, explica o gestor.

Recuperação à vista com possível queda nos juros

A expectativa de redução na taxa Selic, ainda que sem data definida, embasa a tese de valorização futura dos fundos imobiliários. Para Nardo, há uma janela estratégica para buscar ganho de capital com a esperada recuperação do mercado. A mesma visão é compartilhada por Grego, especialista do setor:

“Acreditamos que o ciclo de reprecificação ainda está no começo. Há espaço significativo para recuperação nos preços das cotas”.

A elevação recente da Selic, apesar de já precificada, não altera esse cenário.

“O investidor precisa se posicionar antes do início do ciclo de cortes. O grande movimento ainda está por vir”, alerta Grego.

Fundos em promoção: descontos chamam atenção

Dados da Economatica mostram que vários FIIs ainda operam com P/VPA abaixo de 1, ou seja, estão sendo vendidos com desconto. É o caso do BROF11, com um P/VPA de apenas 0,4, ou seja, o mercado está pagando apenas 40 centavos por cada real de patrimônio do fundo. Outro destaque é o BPML11, que acumula retorno de mais de 83% em dois anos e ainda está negociado a 60% do seu valor patrimonial.

Outros fundos como JSRE11, RBRP11 e HGRE11 também figuram entre os que oferecem boas combinações de preço e retorno recente. A lógica é simples: quem entra agora, aproveita o deságio e pode colher os frutos da reprecificação nos próximos meses. Especialmente, se os juros começarem a cair.

Diversificação e gestão qualificada

Na hora de montar uma carteira de FIIs, os especialistas alertam para a importância da diversificação e da escolha de gestores competentes.

“Combinar fundos de CRI, que oferecem uma renda mais estável e previsível, com fundos de tijolo — como os de shopping ou logística, voltados à valorização — é uma estratégia eficaz para atravessar diferentes cenários econômicos”, orienta Nardo.

A leitura do mercado é clara: ainda há barganhas no universo dos fundos imobiliários. Para quem busca retorno consistente, esse pode ser o momento ideal para entra