
Nesta quarta-feira (4), o Ibovespa (IBOV), principal índice da B3, Bolsa de Valores Brasileira, opera com atenção dividida entre os desdobramentos das tarifas comerciais dos Estados Unidos, a valorização do minério de ferro na China e as negociações no Brasil sobre medidas alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Na abertura do pregão, por volta das 10:05, o Ibovespa (IBOV) registrava alta de 0,52%, aos 138.365,63 pontos.
Tarifas de Trump impactam Ibovespa
A partir das 13h (horário de Brasília), entra em vigor a nova sobretaxa de 50% imposta pelos EUA sobre importações de aço e alumínio, anunciada pelo presidente Donald Trump.
O Reino Unido fica de fora dessa elevação, mantendo a tarifa em 25% após acordo bilateral.
Já o Brasil, um dos principais fornecedores de aço para o mercado americano, é um dos países mais impactados. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os EUA, com 4,49 milhões de toneladas, um crescimento de 14,1% em relação ao ano anterior, segundo dados do American Iron and Steel Institute.
De olho no petróleo
No setor energético, as ações de petroleiras como Petrobras (PETR3)(PETR4), Prio (PRIO3), Brava Energia (BRAV3) e Petroreconcavo (RECV3) estão no radar dos investidores do Ibovespa, diante dos rumores de que o governo federal estuda um pacote de medidas que pode gerar R$ 35 bilhões em receitas extras para as contas públicas, focado no setor de petróleo.
O tema é discutido no contexto do impasse político sobre o aumento do IOF, que enfrenta rejeição no Congresso.
As alternativas serão apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aos líderes partidários no próximo domingo (8). Caso aprovadas, essas medidas podem elevar custos para empresas que operam sob regime de concessão e para aquelas que participarem de novos leilões de blocos.
No mercado internacional, o preço do petróleo Brent opera próximo da estabilidade, após fortes ganhos nas últimas sessões. Investidores também acompanham a política tarifária dos EUA e aguardam a divulgação da pesquisa semanal do Departamento de Energia americano sobre estoques de petróleo.
PIX automático e leilão do BC no Brasil
Outros fatores que mexem com o Ibovespa hoje é: no Brasil, o Banco Central (BC) promove leilões de venda de dólares com recompra programada de até US$ 1 bilhão, mantendo a rolagem das linhas que vencem em 2 de julho. O dólar abriu praticamente estável, cotado a R$ 5,6350.
Além disso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa do lançamento do Pix Automático, que permitirá pagamentos automáticos recorrentes com autorização única, disponível a partir de 16 de junho.
Radar corporativo desta quarta-feira (4)
- Brava Energia: tem produção recorde em maio – confira.
- Marfrig e BRF: ganham aval do Cade, sem restrições, para incorporação das ações.
- Itaú Unibanco: realizou emissão de Letras Financeiras Subordinadas Perpétuas no total de R$ 5 bilhões, direcionadas a investidores profissionais.
- Braskem: minoritários pedem realização de Oferta Pública de Aquisição (OPA) e acompanham aumento nas operações de aluguel de ações. A proposta do empresário Nelson Tanure para comprar a fatia da Novonor não inclui direito de tag along. Na última sexta-feira, 19,5% do free float estava vendido a descoberto.
- Prio: segundo o Citi, após o Ibama emitir ofício sobre a licença de instalação, a empresa está mais próxima da primeira extração de petróleo no projeto Wahoo, prevista para o primeiro semestre de 2026.
- Gerdau: o conselho aprovou a emissão de títulos de dívida (notes) pela controlada Gerdau Trade, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Paralelamente, iniciou oferta de recompra dos bonds com vencimento em 2027 e cupom de 4,875%.
- Rede D’Or: aprovou a 35ª emissão de debêntures simples no valor de R$ 1 bilhão.
- Fleury: finalizou a aquisição dos laboratórios Confiance, Labclin e Inda-Lab, localizados em Campinas (SP), por R$ 130 milhões.
- Guararapes: B3 concedeu prorrogação de um ano para regularizar o free float, estendendo o prazo até 31 de dezembro de 2026.