A segunda-feira (16) começou com o Ibovespa (IBOV) em alta de 1,46%, aos 139.257,69 pontos, por volta das 10:40. O principal índice da Bolsa de Valores Brasileira é influenciado pelas expectativas pela Super Quarta, que define a política monetária do Brasil e Estados Unidos, e também com a escalada do conflito entre Israel e Irã, que já entra no seu quarto dia.
Altas e baixas do Ibovespa
Entre os destaques, cinco ações chamam atenção pelas maiores valorizações do pregão até o momento (10:30):
- Vamos ON (VAMO3): +5,39%
A companhia de locação de veículos e equipamentos dispara após semanas de baixa liquidez e atrai interesse de investidores atentos a barganhas no setor. - Magazine Luiza ON (MGLU3): +3,91%
O papel se destaca entre os varejistas, impulsionado por otimismo com o consumo interno e fluxo técnico de recuperação. - Embraer ON (EMBR3): +3,61%
A fabricante aeronáutica avança forte, em meio a expectativas positivas com novos contratos internacionais. - Azzas 2154 ON: +3,60%
A ação pouco líquida registra forte valorização pontual, com base em movimentações técnicas e baixa oferta. - CSN ON (CSNA3): +3,15%
A produtora de aço ganha força com o apetite do mercado por commodities e infraestrutura, além de dados positivos da China.
Já do lado oposto, outras companhias ganham destaque no Ibovespa:
- São Martinho ON (SMTO3): -0,64%
O setor sucroenergético perde tração, com investidores realizando lucros após sequência de altas recentes. - Brava ON: -0,10%
Ação registra leve queda, sob reflexo dos técnicos no preço do petróleo. - Santos Brasil ON (STBP3): -0,07%
Oscilação marginal após recente estabilidade no papel, sem drivers relevantes no momento. - Petrorecôncavo ON (RECV3): -0,06%
O papel acompanha movimento de leve correção do petróleo, após forte valorização da commodity na última semana. - Petrobras PN (PETR4): -0,18%
Apesar do cenário ainda tenso no Oriente Médio, os papéis preferenciais da estatal caem levemente com realização de lucros e ajustes de curto prazo.
O que influencia o Ibovespa hoje?
Após mísseis cruzarem o céu do Oriente Médio no fim de semana, o mundo financeiro começa a precificar os riscos de um confronto mais amplo — algo que afeta diretamente o preço do petróleo, considerado o termômetro emocional dos mercados.
Na última sexta-feira (13), o barril do Brent disparou mais de 12%, e o WTI subiu 13% na semana.
Nesta manhã, porém, há uma correção técnica, com o Brent recuando 1,58% e o WTI em queda de 1,66%, por volta das 10:25. Cotados a R$ 72,92 e 70,11, respectivamente.
Mesmo assim, os preços seguem em patamar elevado, e qualquer nova ofensiva pode inverter o movimento rapidamente.
A comunidade internacional tenta mediar o impasse, mas com pouco sucesso. O Irã exige cessar-fogo unilateral, enquanto Israel promete ataques mais amplos contra o regime iraniano.
Semana de decisões sobre juros em três continentes
Além do petróleo e da guerra, os investidores têm outro motivo para ficarem atentos: três dos principais bancos centrais do mundo — o Fed (EUA), o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco do Povo da China (PBoC) — tomam decisões sobre política monetária nos próximos dias.
Nos EUA, a expectativa é de manutenção dos juros, mas todos os olhos estarão voltados para a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta-feira (18).
Qualquer sinal de que os cortes estão mais próximos — ou mais distantes — pode mexer com o dólar e os ativos de risco.
No Brasil, o Copom também decide sobre a Selic na quarta-feira, e o mercado segue dividido entre a manutenção em 13,75% ou uma alta residual de 0,25 ponto percentual.
O IBC-Br de abril, divulgado hoje, subiu 0,16%, dando leve suporte a uma possível alta. O Boletim Focus também trouxe leve alívio: a projeção do IPCA para 2025 caiu de 5,44% para 5,25%, embora siga acima do teto da meta (4,5%).
Lula no G7 e ruído político doméstico
Do lado político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca no Canadá para a Cúpula do G7, enquanto no Brasil cresce a insatisfação com a Medida Provisória que altera regras do IOF.
Vinte frentes parlamentares se mobilizam para pressionar o Congresso a devolver a MP, sinalizando dificuldades adicionais para o governo no campo fiscal.
No sábado (14), Lula se reuniu com Hugo Motta (presidente da Câmara), Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) para tentar articular apoio político.
O encontro mostra que, além da política monetária, a política partidária também será protagonista nesta semana.
Destaques corporativos: voos e decolagens no radar
Entre os destaques empresariais, a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer (EMBR3), assinou um contrato de US$ 250 milhões com a Revo, operadora de mobilidade aérea urbana, para fornecer até 50 aeronaves eVTOL (aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical), além de serviços de suporte e operação.
Já a Gol (GOLL54), após concluir seu processo de recuperação judicial nos EUA, anunciou planos para expandir rotas internacionais, mirando novas conexões entre o sul da Flórida e o sul da Argentina.
Segundo o CEO Celso Ferrer, a estratégia responde à saturação do mercado doméstico e ao potencial inexplorado das rotas internacionais.