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Ibovespa hoje cai com Haddad, inflação nos EUA e nova tensão com Trump

Mercado segue atento à fala de Haddad sobre medidas fiscais e à inflação nos EUA abaixo do esperado

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Ibovespa hoje cai com Haddad, inflação nos EUA e nova tensão com Trump

Nesta terça-feira (11), a tensão do mercado entre os desdobramentos da agenda econômica interna e os avanços diplomáticos no cenário internacional se refletiu na abertura dos negócios. O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão em queda de 0,32%, aos 135.956 pontos por volta das 10h20, devolvendo parte dos ganhos da véspera.

No Brasil, os olhos se voltam para a aguardada audiência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), na Câmara dos Deputados, enquanto no exterior o foco recai sobre o dado de inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI), considerado decisivo para os rumos da política monetária americana.

O que influencia o Ibovespa hoje?

A principal agenda doméstica do dia é a participação de Fernando Haddad em audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, marcada para as 10h.

O ministro deve comentar sobre as alternativas ao aumento do IOF, tema que tem gerado apreensão no mercado.

Entre as medidas estudadas pela Fazenda estão o fim da isenção de Imposto de Renda sobre aplicações em LCI e LCA, além da elevação da alíquota sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP).

Haddad já se reuniu duas vezes com o presidente Lula na terça-feira (10) para discutir o pacote e sinalizou que a Medida Provisória está pronta, aguardando apenas a decisão política sobre o momento de envio ao Congresso.

Inflação nos EUA pode adiar corte de juros

A inflação nos Estados Unidos ficou em 2,4% em maio (anual), levemente acima dos 2,3% de abril, mas abaixo da expectativa de 2,5%. Na comparação mensal, o índice subiu 0,1%, também abaixo dos 0,2% previstos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Departamento do Trabalho.

O resultado abaixo do esperado fortaleceu o otimismo nos mercados, que veem mais espaço para o Federal Reserve (Fed) discutir possíveis cortes de juros — atualmente entre 4,25% e 4,5% ao ano. No entanto, a incerteza em torno dos efeitos das tarifas comerciais impostas pelo governo Trump ainda pesa nas decisões futuras da autoridade monetária.

Segundo analistas, a deflação nos serviços de transporte e a queda nas passagens aéreas influenciaram a leitura mais branda da inflação. Mesmo com sinais de desaceleração econômica, o mercado de trabalho segue robusto, o que mantém o Fed em alerta.

Para o economista André Valério, o resultado daria margem para cortes de juros, não fossem os riscos tarifários ainda presentes. Já Alison Correia, da Dom Investimentos, destaca que o dado abaixo da meta “anima os mercados” e pressiona o Fed a agir, especialmente com Donald Trump cobrando estímulos à economia em ano eleitoral.

EUA e China renovam trégua comercial

Em meio às incertezas inflacionárias, uma notícia positiva veio do campo diplomático: após dois dias de negociações em Londres, Estados Unidos e China chegaram a um consenso sobre uma estrutura para estender a trégua comercial, pausando as tarifas recíprocas por mais 90 dias.

A pauta também inclui um possível acordo sobre as restrições chinesas à exportação de terras raras e ímãs, insumos estratégicos para a indústria global.

O acordo agora será submetido aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping. Enquanto isso, o Tribunal de Apelações dos EUA manteve temporariamente as tarifas impostas, marcando audiência definitiva para 31 de julho — o que garante mais dois meses de vigência das medidas protecionistas.

Commodities reagem com otimismo

As commodities brasileiras reagiram positivamente à manutenção da trégua. O minério de ferro avançou 1,00% na bolsa de Dalian, cotado a US$ 98,35. O petróleo Brent subia 1,14%, a US$ 67,63, também influenciado por declarações de Trump ao New York Post, nas quais afirmou estar “menos confiante” em fechar um acordo nuclear com o Irã — fator que eleva os prêmios de risco no Golfo Pérsico.

Com isso, as ações da Petrobras operam em alta nesta quarta-feira (11). Por volta das 10:25, os papéis PETR4 subiam 1,53% a R$ 30,52, já o PETR3 registrava alta de 0,90% a R$ 32,67.

Petrobras mira mais controle na Braskem

Por fim, investidores da Petrobras repercutem as declarações da CEO Magda Chambriard, que afirmou ontem o interesse da estatal em ampliar sua influência na Braskem (BRKM5), onde já detém 47% do capital votante.

“A Braskem é a sexta maior petroquímica do mundo. Quando falamos de transição energética e eficiência na cadeia petroquímica, não podemos desprezar seu papel estratégico”, declarou Chambriard em evento no Rio de Janeiro.

A controladora da Braskem, Novonor, possui atualmente 50,1% do capital votante e busca vender sua participação para quitar dívidas com bancos — o que pode abrir espaço para a Petrobras aumentar seu controle sobre a companhia.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.