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Ibovespa hoje: petróleo em alta sustenta índice às vésperas da decisão do Copom

Investidores seguem atentos também aos desdobramentos da tensão entre Irã e Israel

Ibovespa hoje: petróleo em alta sustenta índice às vésperas da decisão do Copom

Nesta terça-feira (17), o Ibovespa (IBOV) opera em alta de 0,14%, aos 139.402,81 – por volta das 10:20. O cenário do dia é de cautela nos mercados globais, em meio ao esvaziamento da agenda doméstica e à expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para quarta-feira (18).

Investidores seguem atentos também aos desdobramentos da tensão entre Irã e Israel, que segue pressionando os preços do petróleo e aumenta o clima de aversão ao risco nos mercados internacionais.

Altas e baixas do Ibovespa às 10:15

No começo do pregão, o destaque positivo dentro do maior índice da Bolsa de Valores Brasileira vai para o setor de petróleo, puxado pela valorização do Brent no exterior, enquanto varejo e educação pesam negativamente no índice com quedas acentuadas em empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e YDUQS (YDUQS).

Maiores altas do Ibovespa

AçãoÚltimo (R$)Var. %
Petrorecôncavo ON15,76+1,68%
Petrobras ON35,47+1,58%
Petrobras PN32,68+1,46%
Motiva ON13,83+1,54%
Prio ON43,64+1,07%

Maiores Baixas do Ibovespa

AçãoÚltimo (R$)Var. %
Magazine Luiza ON9,39-1,57%
Lojas Renner ON18,54-1,49%
YDUQS ON16,71-1,18%
Cogna ON2,88-1,37%
Vamos ON4,82-1,23%


Israel vs. Irã e o impacto no petróleo

O presidente dos EUA, Donald Trump, elevou o tom das declarações nesta manhã, dizendo que não deixou a Cúpula do G7 para negociar um cessar-fogo entre Israel e Irã.

Ele afirmou que “é algo muito maior que isso” e negou qualquer contato com Teerã para iniciar tratativas de paz.

Essas declarações aumentaram os temores de que o conflito se intensifique e afete a oferta global de petróleo. Como reflexo, o barril do petróleo WTI subia 1,65% na Nymex, enquanto o Brent avançava 1,71% na ICE por volta das 10:00.

Dados dos EUA

As vendas no varejo dos EUA caíram 0,9% em maio, acima da queda esperada de 0,7%, com impacto negativo principalmente das menores compras de veículos e da queda nos preços da gasolina. O dado de abril foi revisado para uma queda de 0,1%.

Apesar disso, os gastos dos consumidores seguem sustentados pelo crescimento dos salários. Excluindo automóveis, combustíveis, materiais de construção e alimentação, as vendas subiram 0,4% em maio.

O resultado indica moderação no consumo, o que pode influenciar o Federal Reserve, que iniciou hoje reunião para decidir a taxa de juros — com expectativa de manutenção entre 4,25% e 4,50%.

As tarifas impostas por Donald Trump e as tensões no Oriente Médio continuam sendo fatores de incerteza para a economia.

IOF e cenário fiscal no centro das atenções

Investidores seguem digerindo também a aprovação do regime de urgência para votação do PDL 314/2025, que tenta suspender o decreto do governo Lula que aumentou o IOF.

Embora ainda dependa de votação no plenário e também no Senado, o movimento representa pressão política sobre a equipe econômica, que contava com a arrecadação extra para fechar as contas públicas em 2025.

A discussão sobre a política fiscal segue como um dos principais fatores de risco no mercado doméstico, especialmente com o Copom prestes a decidir sobre a taxa Selic.

As apostas estão divididas entre manutenção da taxa em 14,75% e uma possível elevação para 15% ao ano.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.