Não foi tão bom...

IRB (IRBR3) decepciona com balanço do 1° tri: analista destacam pontos de preocupação

Mesmo com alta de 50% no lucro e resultado financeiro robusto, números vieram abaixo do esperado e operacional voltou a se deteriorar

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IRB logo RGB
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O IRB Brasil (IRBR3) divulgou seu balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25) com lucro líquido recorrente de R$ 118 milhões, alta de 5,5% em relação ao trimestre anterior e de 50% na comparação anual. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) avançou para 10,5%, mas, segundo a Genial Investimentos, ainda “permanece em um patamar historicamente baixo”.

O lucro recorrente veio 5% abaixo da estimativa da própria casa e 2% abaixo do consenso de mercado. A principal preocupação está no desempenho operacional da companhia, que voltou a apresentar fragilidades após três trimestres consecutivos de avanço.

O índice combinado voltou a ultrapassar os 100%, fechando o período em 103,7% — sinal de que os custos superaram as receitas com prêmios.

Houve deterioração em indicadores-chave como o índice de sinistralidade (67%), comissionamento (20,7%) e tributos (4,4%).

A queda expressiva de 13,3% nos prêmios emitidos em relação ao 1T24 reforça a cautela da empresa na subscrição de riscos, especialmente no mercado brasileiro, mas também aponta limitações no crescimento.

Apesar do cenário desafiador no operacional, o resultado financeiro veio forte, impulsionado por juros elevados e variação cambial favorável, o que ajudou a compensar parcialmente as perdas técnicas e manteve a trajetória de recuperação no lucro.

Na análise da Genial, a posição de solvência do IRBR3 continua sólida, com suficiência de capital ajustado em 207%, bem acima do mínimo exigido.

A casa destaca que o desempenho no exterior também contribuiu positivamente, com melhora nos índices de sinistralidade, em contraste com o mercado doméstico, que sofreu impacto de sinistros de maior magnitude, especialmente nos segmentos de Property e Energia.

Visão para 2025 e recomendação

A Genial mantém uma perspectiva positiva para a trajetória da companhia ao longo de 2025, apostando na combinação de melhoria gradual do resultado operacional e manutenção de um resultado financeiro robusto.

No entanto, ainda considera que o valuation não compensa o retorno abaixo do custo de capital.

Com base nos múltiplos atuais (6,2x P/L 2025e, 5,0x P/L 2026e), a recomendação segue como “Manter” para as ações IRBR3, com preço-alvo de R$ 50,80, representando um potencial de valorização de 11,6%.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.