
- Itaú (ITUB4) captou R$ 3 bilhões com Letras Financeiras Perpétuas voltadas a investidores profissionais.
- Operação reforça capital de Nível 2 e melhora a estrutura de solvência do banco.
- Captação diversifica o funding e aumenta a flexibilidade financeira em meio a juros altos.
O Itaú Unibanco (ITUB4) levantou R$ 3 bilhões com a emissão de Letras Financeiras Subordinadas Perpétuas, negociadas apenas entre investidores profissionais. A operação reforça o capital do banco e garante maior fôlego para expandir crédito em um ambiente de juros altos.
Os papéis são perpétuos, sem prazo final, mas oferecem opção de recompra a partir de 2031, mediante autorização do Banco Central. Desse modo, o formato segue as regras de instrumentos elegíveis como capital de Nível 2, usados para compor o Índice de Basileia, que mede a solidez das instituições financeiras.
Estratégia de reforço e estabilidade
O Itaú tem mantido uma estratégia conservadora de capitalização, priorizando estabilidade e controle de risco. Segundo analistas, essa emissão amplia o espaço para crescimento sustentável do crédito e fortalece a posição de solvência do banco.
Com o avanço das Letras Financeiras Perpétuas, o Itaú reduz a dependência de captações externas e diversifica suas fontes de funding no mercado local. A emissão também ajuda o banco a atender exigências regulatórias, sem comprometer a rentabilidade dos acionistas.
O movimento ocorre em um momento de maior seletividade no crédito corporativo, após episódios recentes de deterioração financeira em grandes companhias. Assim, a instituição busca preservar liquidez e garantir previsibilidade em seu balanço.
Contexto e impacto no mercado
As Letras Financeiras Subordinadas vêm se consolidando como um dos principais instrumentos para fortalecer o capital bancário sem recorrer a novas emissões de ações. Elas funcionam como títulos híbridos, que combinam características de dívida e capital.
Ademais, a demanda elevada mostra que investidores institucionais continuam confiando no Itaú, que mantém retorno sobre o patrimônio (ROE) acima de 20% e índices de inadimplência inferiores à média do setor.
Com essa operação, o banco aumenta sua flexibilidade financeira e se posiciona para aproveitar oportunidades no mercado de crédito ao longo de 2026. Por fim, a instituição também estuda novas emissões semelhantes, conforme o cenário macroeconômico evoluir.