
O Banco do Brasil (BBAS3) frustrou o mercado com seu desempenho no primeiro trimestre de 2025 (1T25). A queda de 21% no lucro do banco no período, a R$ 8,5 bilhões, fez diversas casas de análise rebaixar as ações BBAS3.
Analistas de casas como Bradesco BBI, Ágora e Genial Investimentos rapidamente rebaixaram suas recomendações de compra para neutra, em uma sinalização clara de que o banco perdeu fôlego no curto prazo.
A Genial foi além, reduzindo o preço-alvo da ação de R$ 40 para R$ 31.
A princípio, a queda no lucro foi impulsionada por alta na inadimplência, aumento das despesas operacionais e retração das receitas.
No entanto, a projeção para o ano ainda é ambiciosa: o banco espera lucrar R$ 33 bilhões em 2025 e R$ 36 bilhões em 2026.
Expectativas sobre os dividendos
Segundo o banco, o pagamento dos proventos referentes ao lucro do 1T25 será realizado no dia 21 de junho de 2025, com data de corte (com direito) até 2 de junho. A partir de 3 de junho, as ações serão negociadas “ex-dividendos”.
O valor total ainda será confirmado nos próximos dias, mas estima-se que o banco mantenha o ritmo de distribuição, de R$ 0,41 por ação, sinalizando um potencial anualizado de até R$ 1,64 — o que representa um dividend yield de 6,4% com base nas cotações atuais.
A recente projeção levou a um estudo detalhado sobre o dividend yield (DY) esperado, ajustado aos diferentes perfis de investidores.
Segundo o levantamento, para quem busca um retorno de 10% ao ano com BBAS3, o ideal seria esperar a ação chegar a R$ 16,40 — o que demandaria uma nova queda de cerca de 35% frente ao preço atual.
Dividend Yield Desejado | Preço Teto (R$) |
---|---|
10% | 16,40 |
9% | 18,22 |
8% | 20,50 |
7% | 23,40 |
6% | 27,00 |
5% | 33,00 |
Comparativo com BB Seguridade: dividendos melhores, mas…
Enquanto o BBAS3 pagou R$ 0,41 por ação no trimestre, a controlada BB Seguridade (BBSE3) tem previsão de distribuir R$ 3,80 por ação neste ano — o que representa um DY de 10,2% frente aos 6,4% estimados para o BBAS3.
Contudo, especialistas alertam: não basta olhar o DY isoladamente. Trocar ativos com base apenas no dividendo momentâneo pode levar ao erro clássico de vender na baixa e comprar na alta.
BTG vê Banco do Brasil como aposta mais promissora entre os bancões
Apesar do trimestre fraco, o BTG Pactual destaca o Banco do Brasil como o banco com maior potencial de retorno entre os grandes.
Isso significa que, mesmo com os tropeços recentes, o BBAS3 pode superar Itaú, Bradesco e Santander no longo prazo, desde que haja correções no curso.