Efeitos

MGLU3, ASAI3 e LREN3: veja como medidas de Haddad sobre o IOF impactam varejistas

Para a XP Investimentos, o pacote atual traz sinalização de ajustes futuros que mantém riscos em aberto

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Via Varejo ou Magazine Luiza qual comprar
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O governo federal e o Congresso Nacional chegaram a um acordo provisório para compensar o recuo em parte dos aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O projeto, que deve ser publicado na próxima quarta-feira (11), traz ajustes que ameniza, mas não elimina os impactos no setor das varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3), Assaí (ASAI3), Casas Bahia (BHIA3) e outras.

O principal fator que reduz os efeitos é a redução de 80% no IOF para operações de risco sacado.

A redução do IOF sobre risco sacado é melhor do que a proposta inicial, mas ainda é ligeiramente negativa para o varejo”, afirma Danniela Eiger, Head de Varejo da XP Investimentos

“Por outro lado, o aumento de impostos sobre apostas pode ser um vento favorável se reduzir a participação desse segmento na carteira de gastos do consumidor“, complementa.

Medidas compensatórias

O acordo inclui a elevação da tributação sobre empresas de apostas (de 12% para 18% sobre a Receita Bruta de Jogos) e o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, que passará a ser de pelo menos 15%.

“O impacto sobre as financeiras será limitado, já que algumas já operam nessa alíquota”, explica Eiger. “Já o mercado de apostas pode sofrer um resfriamento, o que, em tese, poderia realocar consumo para outros setores.”

Futuros cortes em benefícios fiscais preocupam empresas regionais

O Ministro da Fazenda adiantou que deve propor, em breve, outro projeto para reduzir benefícios fiscais não previstos na Constituição em até 10%. A Zona Franca de Manaus (ZFM) deve ser preservada, mas incentivos ligados à SUDAM e SUDENE podem ser revistos, afetando empresas como Guararapes (GUAR), Vulcabras (VULC) e Alpargatas (ALPA).

Ainda há pouca visibilidade sobre como esses cortes serão implementados, mas empresas com exposição à SUDENE e SUDAM devem ficar atentas”, alerta Eiger. “Por enquanto, subvenções para investimentos não estão na pauta, mas podem entrar no radar futuramente.”

FIDCs passarão a pagar IOF; mecanismo ainda não está claro

Outra novidade é a inclusão dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) na cobrança do IOF, com alíquota de 0,38%. O mercado ainda aguarda detalhes sobre como a taxação será aplicada.

“Ainda não está claro se isso impactará a antecipação de recebíveis, mas é um ponto que merece monitoramento”, pondera a analista.

Para a XP, o pacote atual não deve trazer impactos materiais imediatos ao varejo, mas a sinalização de ajustes futuros mantém riscos em aberto.

O projeto em discussão não é tão ruim para o varejo, mas o governo deixou claro que quer rever benefícios fiscais. Isso pode trazer surpresas, especialmente para empresas com incentivos regionais”, conclui Eiger.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.