A JBS (JBSS3) se prepara para divulgar seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 (1T25) nesta terça-feira (13), após o fechamento do mercado, e os investidores estão de olho em um possível sinal de virada no ciclo.
Para a Genial Investimentos, o balanço deve ser marcado por normalização nos números da gigante do setor de alimentos, com ganhos sólidos na comparação anual — mesmo diante de pressões marginais e desafios regionais.
“Acreditamos que o primeiro trimestre trará um desempenho equilibrado, com destaque positivo no lucro e evolução consistente nas margens, ainda que com diferenças importantes entre as divisões”, diz a Genial.
A casa estima lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, alta de 67,1% em relação ao 1T24, e EBITDA (lucro antes juros e amortizações) ajustado de R$ 9 bilhões, avanço de 40,7% na base anual, mas com uma leve compressão frente ao 4T.
Já na receita líquida consolidada, a Genial acredita que a empresa deve atingir R$ 106,8 bilhões — um crescimento de 19,8% ano contra ano, ainda beneficiado por câmbio favorável e volumes resilientes.
Previsões:
- Lucro estimado : R$ 2 bilhões (+67,1% a/a)
- EBITDA ajustado: R$ 9 bilhões (+40,7% a/ a)
- Receita líquida: R$ 106,8 bilhões (+19,8% a/um)
Divisões em foco: altos e baixos em um cenário ainda desafiador
Entre as operações da companhia, os destaques são contrastantes. A unidade Beef North America, impactada pelo ciclo negativo do gado nos EUA, deve reportar margens próximas de zero: apenas 0,1%, com um EBITDA estimado em R$ 50 milhões — queda de 92,3% frente ao trimestre anterior.
“Ainda que a receita tenha avançado, os custos com o gado (~US$ 4,6/ kg)seguem muito elevados, e a pressão nos repasses continua limitando o desempenho da unidade”, aponta a Genial.
A JBS Brasil também deve enfrentar uma queda relevante, com margem projetada em 3,7% (queda trimestral de 2,9%), diante do forte aumento do preço da arroba do boi, que chegou a R$ 319 no quartel.
Por outro lado, Seara continua sólida , com margem ainda robusta de 17,2%, mesmo com a pressão do milho e o fim da sazonalidade positiva.
Enquanto a divisão de porco nos EUA (USA Pork) também deve registrar leve ganho de margem, sustentada por substituição de proteínas e custos mais controlados.
As apostas da vez
Na PPC, que já divulgou seus números no início do mês, surpreendeu positivamente com EBITDA de US$ 533 milhões, e deve contribuir com cerca de US$ 432 milhões no consolidado da JBS.
Na JBS Austrália, após os desafios climáticos do segundo semestre de 2024, a expectativa é de uma recuperação: o EBITDA estimado é de R$ 1 bilhão (+24,9% t/t), com margens melhorando para 10,2%.
No entanto, a casa aposta suas fichas no potencial da listagem das ações da JBS na NYSE, bolsa de valores de Nova York, prevista para 12 de junho, como o verdadeiro motor de valorização da companhia:
“Em meio à compressão esperada de margens em 2025 e ao cenário externo ainda desafiador, entendemos que a listagem na NYSE segue como a principal bala de prata para destravamento de valor”, diz a Genial.
Segundo a casa, “Ela deve gerar rating via acesso a capitais globais, inclusão em índices como o S&P 500 e possibilidade de dividendos extraordinários.”Nesse sentido, a recomendação da Genial segue de COMPRA para as ações JBSS3, com preço-alvo de R$ 54,50, um upside de +30,8% em 12 meses.