
- Petrobras e Vale lideram disparada com commodities em alta
- Ibovespa sobe aos 137 mil pontos, enquanto dólar e juros também avançam
- Bancos e frigoríficos caem e mostram resistência em meio ao otimismo parcial
O mercado financeiro brasileiro iniciou esta segunda-feira com forte movimentação: o Ibovespa subiu aos 137.400 pontos, impulsionado principalmente pela disparada das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), que saltaram mais de 3% com a valorização internacional das commodities.
No entanto, o dia não foi de ganhos generalizados. Enquanto o dólar comercial subia para R$ 5,66 e os juros futuros avançavam, setores como o bancário e o frigorífico recuavam, refletindo cautela em outras frentes da economia.
Às 10h45, o Ibovespa registrava alta de 0,39%, atingindo os 137.046 pontos, tentando firmar-se acima da barreira dos 137 mil. O movimento de alta foi puxado principalmente por Vale, que renovou máxima ao subir 4,14%, sendo cotada a R$ 55,14, e por Petrobras, com PETR3 em alta de 3,52% e PETR4 subindo 3,40%.
Aumento da demanda
O salto nos papéis se deu após o aumento da demanda por minério de ferro e petróleo no mercado internacional, em meio a expectativas positivas sobre a recuperação da economia global.
As siderúrgicas também seguiram o embalo. USIM5 avançava 2,42%, GOAU4 subia 2,64%, GGBR4 ganhava 2,62%, e CSNA3 registrava alta expressiva de 6,34%. O otimismo se espalhou parcialmente para o setor de varejo, com MGLU3 subindo 3,81%, LREN3 com alta de 1,11% e BHIA3 avançando 1,04%. Contudo, CEAB3 destoava do grupo, recuando 1,16%.
Apesar do clima positivo em parte do mercado, o avanço do dólar e dos juros impunha cautela. O dólar comercial operava em alta, sendo vendido a R$ 5,681, refletindo uma combinação de fatores. Entre eles: valorização externa da moeda norte-americana, avanço nos rendimentos dos Treasuries e menor fluxo estrangeiro para países emergentes. Já os contratos de juros futuros (DI) reagiam à alta cambial com avanço nas taxas, em meio a temores sobre inflação importada.
Grandes bancos
No campo negativo, os grandes bancos apareciam como os principais freios da bolsa. BBDC4 caía 1,85%, ITUB4 recuava 1,40%, BBAS3 perdia 1,90%, e SANB11 tinha baixa de 0,23%.
Analistas apontam que o setor segue pressionado por incertezas fiscais e dúvidas sobre a sustentabilidade dos lucros diante do cenário macroeconômico. A B3 (B3SA3), responsável pelo funcionamento do mercado, também caía 0,62%, cotada a R$ 14,44.
Os frigoríficos não acompanharam a tendência de alta. Papéis de empresas como MRFG3 (-1,76%), JBSS3 (-0,92%), BRFS3 (-0,68%) e BEEF3 (-0,60%) operavam no vermelho, refletindo queda na exportação de carnes e ajustes em projeções de margens no curto prazo.
Entre as aéreas, o dia começava com força: AZUL4 subia 3,17% e GOLL4, 3,37%, impulsionadas por expectativas de maior demanda interna e recuperação gradual do setor. Já Embraer (EMBR3) variava ao longo da manhã, começando com alta de 0,49% e depois virando para queda de 0,28%.
Supermercadistas também se destacavam positivamente: PCAR3 liderava com 1,63% de alta, seguida por GMAT3 (+0,53%), ASAI3 (+0,31%) e CRFB3 (+0,24%). A Eletrobras mostrava avanço tímido, com ELET3 subindo 0,39% e ELET6, 0,35%.
O mercado segue atento à movimentação externa e à política monetária doméstica. O Banco Central divulgou a primeira parcial da PTAX com cotação de compra a R$ 5,6735 e venda a R$ 5,6741, indicando forte pressão cambial. O avanço da moeda americana e dos juros futuros ainda pode limitar os ganhos do Ibovespa no restante do dia, apesar do impulso das commodities.
A combinação de forças divergentes mostra que o mercado vive um dia de contrastes: enquanto alguns setores se beneficiam do cenário externo, outros ainda enfrentam resistências e incertezas. A trajetória do Ibovespa dependerá, nas próximas horas, do comportamento do dólar, dos juros e do apetite de investidores estrangeiros.