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Petróleo despenca após Trump "pisar no freio" em ataque ao Irã — entenda

Essa reação acontece em meio a ameaça do Irã em fechar o Estreito de Ormuz, que é responsável pela distribuição de 20% de petróleo no mundo

Petróleo despenca após Trump “pisar no freio” em ataque ao Irã — entenda Petróleo despenca após Trump “pisar no freio” em ataque ao Irã — entenda Petróleo despenca após Trump “pisar no freio” em ataque ao Irã — entenda Petróleo despenca após Trump “pisar no freio” em ataque ao Irã — entenda
Crédito: Depositphotos
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O preço do petróleo opera em queda nesta sexta-feira (20), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que daria uma chance à diplomacia antes de decidir se atacaria o Irã. Por volta das 09:40, o Brent registrava perdas de 3,21% a US$ 76,30.

Essa reação acontece em meio a ameaça do Irã em fechar o Estreito de Ormuz, que é responsável pela distribuição de 20% de petróleo no mundo.

“Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão de ir ou não nas próximas duas semanas”, disse Trump em uma mensagem ditada, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

O Irã afirmou nesta sexta-feira (20) que não negociará com os EUA enquanto o ataque israelense continuar.

A única maneira de pôr fim à guerra imposta é “interromper incondicionalmente” a agressão inimiga, disse o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, em uma publicação no X nesta sexta-feira.

Um barril de pólvora… e de petróleo

Desde o início das ofensivas, na última sexta-feira (13), o mercado global de energia começou a sentir os impactos do novo risco geopolítico. O preço do petróleo saltou com força, em um dos maiores movimentos intradiários desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022.

📊 Evolução dos preços do petróleo (12 a 19 de junho):

Tipo de Petróleo12/06 (quinta)19/06 (quinta)Variação (%)
Brent (global)US$ 69,36US$ 78,74+13,5%
WTI (EUA)US$ 66,64US$ 73,88+10,9%

Navios petroleiros que trafegam pela região já foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela, diante do risco de ataques ou bloqueios.

A guerra entre Israel e Irã

Israel lançou seu ataque surpresa ao Irã há uma semana, alegando que a ameaça de seu inimigo jurado adquirir armas nucleares precisava ser neutralizada. Embora esse objetivo não tenha sido totalmente alcançado, as capacidades militares da República Islâmica foram degradadas e vários de seus principais generais e cientistas atômicos foram mortos.

O Irã reagiu contra Israel com ondas de mísseis balísticos e drones, e houve muitas baixas de ambos os lados.

Trump, que deve participar de uma reunião sobre segurança nacional no Salão Oval nesta sexta-feira, vem refletindo publicamente há dias sobre a possibilidade de os EUA se juntarem à briga. Sua posição mais recente sinaliza um retrocesso após uma série de duras declarações, incluindo exigências para que os moradores de Teerã se mudem e ameaças ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, além de sua saída antecipada da cúpula do G7 desta semana no Canadá para retornar a Washington.

Nesta sexta-feira, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, instruiu os militares a continuar atacando as instalações nucleares e os cientistas do Irã e a promover uma evacuação generalizada de Teerã, o que, segundo ele, fazia parte do esforço para minar o regime iraniano.

ministro da Energia israelense, Eli Cohen, disse à Rádio do Exército que o Irã seria impedido de obter armas atômicas independentemente de os EUA se juntarem à operação — embora sua participação fosse útil.

As Forças de Defesa de Israel disseram nesta sexta-feira que realizaram novos ataques contra dezenas de alvos, atingindo locais de produção de mísseis e a sede em Teerã da unidade de segurança interna do país e o braço de pesquisa e desenvolvimento do programa de armas nucleares do Irã.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.