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Petróleo deve atingir pico em 2029 e demanda global deve começar a cair logo em seguida, aponta AIE

Relatório da Agência Internacional de Energia projeta que após pico, commodity inicie sua primeira queda desde a pandemia, com EUA e China liderando a virada histórica rumo à transição energética

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A demanda mundial por petróleo deverá atingir seu pico em 2029, chegando a cerca de 105,5 milhões de barris por dia (mb/d), segundo um relatório publicado nesta terça-feira (17) pela Agência Internacional de Energia (AIE).

O documento reforça projeções anteriores da entidade e aponta para um ponto de virada histórico na trajetória dos combustíveis fósseis.

Apesar disso, depois de 2029, será a primeira vez desde a pandemia de Covid-19, que o consumo global de petróleo pode registrar queda ao final da década.

Conforme as projeções da agência, a partir de 2030, está prevista uma ligeira retração no consumo global, marcando uma mudança estrutural no setor energético.

Ainda que a demanda global cresça cerca de 2,5 milhões de barris por dia entre 2024 e 2030, o ritmo de crescimento deve desacelerar consideravelmente. Segundo a agência:

“O crescimento anual passará de aproximadamente 700 mil barris por dia em 2025 e 2026 para um crescimento marginal nos anos seguintes, com uma leve queda esperada em 2030.”

Essa reversão é considerada um sinal antecipado de declínio estrutural no consumo de petróleo no cenário internacional, impulsionado por transformações econômicas, avanços tecnológicos e políticas voltadas à transição energética.

EUA e China puxam queda

Os Estados Unidos, maior consumidor de petróleo do mundo, devem iniciar essa curva descendente já em 2026, segundo o estudo.

Já a China, segundo maior consumidor global, deverá seguir o mesmo caminho a partir de 2028.

Essas duas potências respondem por uma fatia significativa do consumo mundial. Portanto, sua transição para fontes alternativas de energia e a eletrificação de frotas veiculares e industriais têm impacto direto sobre o mercado internacional de petróleo.

Transição energética ganha força

A desaceleração da demanda acontece em meio à intensificação de políticas ambientais, metas de descarbonização e aumento da competitividade de energias renováveis.

A AIE vê esse cenário como uma oportunidade para que os países e empresas ajustem suas estratégias de longo prazo, com foco em sustentabilidade e diversificação energética.

Embora a queda projetada para 2030 ainda seja modesta, ela é vista como um marco simbólico — e um alerta claro de que a era do crescimento contínuo da demanda por petróleo está chegando ao fim.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.