O mercado de petróleo encerrou a sessão em território negativo, refletindo as recentes sinalizações de uma possível desaceleração na política monetária dos Estados Unidos e preocupações sobre a demanda global.
Os contratos futuros do petróleo Brent, referência internacional, para fevereiro de 2025, terminaram o dia com queda de 0,69%, a US$ 72,88 por barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Este é o menor valor registrado desde 10 de dezembro de 2023. Da mesma forma, os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI), para o mesmo período, recuaram 0,91%, fechando a US$ 69,38 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), nos Estados Unidos.
A queda nos preços do petróleo vem em um contexto de expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos. Na última quarta-feira, 18 de dezembro, o Federal Reserve (Fed) indicou que reduzirá o ritmo de afrouxamento monetário no próximo ano. De acordo com o gráfico de pontos (dot plot) divulgado pelo Banco Central norte-americano, a previsão é de apenas dois cortes de 25 pontos-base em 2025, o que reflete uma política monetária mais restritiva para combater a inflação. Com o cenário de estabilidade no desemprego e a desaceleração do processo de desinflação, a expectativa é de um crescimento mais contido na economia dos Estados Unidos, o que tende a impactar a demanda por petróleo.
As perspectivas sobre o consumo global também impactaram os preços do petróleo. A Sinopec, gigante estatal de refino de petróleo da China, divulgou recentemente que espera que a demanda do país atinja seu pico em 2027. A previsão é que a demanda por diesel e gasolina diminua à medida que a economia chinesa desacelera, afetando diretamente o maior importador de petróleo do mundo. Este prognóstico gerou um clima de incerteza nos mercados globais, que já enfrentam desafios para equilibrar a oferta e a demanda.
A queda nos preços também reflete as perspectivas de desaceleração da recuperação econômica global. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC) e outras grandes economias têm ajustado suas previsões para o crescimento da demanda por petróleo, com destaque para a redução nas expectativas para a China, um dos principais motores do consumo mundial.
Em resumo, a combinação de um Federal Reserve mais cauteloso com o afrouxamento monetário e a previsão de queda na demanda da China levou o mercado de petróleo a um novo ajuste para baixo.