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Por que a Méliuz (CASH3) quer listar ações nos Estados Unidos? Entenda o que está por trás da estratégia

Listagem seria no OTC Markets, uma alternativa regulada de negociação de valores mobiliários nos EUA

Méliuz (CASH3)
Méliuz - reprodução

A Méliuz (CASH3) anunciou, na última terça-feira (20), que estuda listar suas ações nos Estados Unidos — mas longe dos holofotes da Nasdaq ou da Bolsa de Nova York (NYSE).

Segundo a companhia, a listagem seria no OTC Markets, uma alternativa regulada de negociação de valores mobiliários nos EUA, que abriga mais de 12 mil ativos de empresas americanas e estrangeiras.

Mas o que exatamente é o OTC Markets? 

Ao contrário das bolsas centralizadas de Wall Street, onde ações são negociadas em plataformas unificadas, no mercado OTC (Over-the-Counter) os papéis são trocados diretamente entre investidores, por meio de corretores ou plataformas eletrônicas.

Três níveis de mercado — e a mira no topo

O OTC Markets é dividido em três segmentos, de acordo com a qualidade, governança e transparência das empresas:

  • OTCQX Best Market: o mais alto nível, com exigências rigorosas de governança corporativa e relatórios financeiros auditados;
  • OTCQB Venture Market: voltado para empresas em crescimento que atendem a requisitos mínimos de divulgação;
  • Pink Open Market: mais informal, onde estão empresas com menor transparência ou em estágios iniciais.

A Méliuz, por sua vez, não mira baixo: a ideia é estrear no OTCQX, a elite do OTC. 

Dessa forma, o objetivo, segundo a empresa, é aumentar a visibilidade das ações no exterior e facilitar potenciais operações financeiras com investidores internacionais.

A princípio, essa estratégia não é inédita entre as brasileiras. Outras companhias nacionais já abriram caminho nesse modelo, como WEG (WEGE3), Iochpe-Maxion (MYPK3) e Minerva (BEEF3).

Méliuz intensifica aposta no Bitcoin

Paralelamente, a Méliuz segue firme em outra frente que vem chamando a atenção do mercado: os criptoativos. Em abril, a empresa aprovou em Assembleia Geral Extraordinária a possibilidade de investir em Bitcoin como parte de sua estratégia de negócios.

Pouco depois, anunciou a compra de 275 bitcoins por cerca de US$ 28,4 milhões, a um preço médio de US$ 103,6 mil por unidade. 

Considerando também a aquisição feita em março, a empresa agora detém 320 bitcoins, comprados a um valor médio de US$ 101,7 mil cada.

Além disso, a Méliuz estuda formas de captação de recursos com foco em aumentar sua exposição ao Bitcoin. 

Entre as alternativas estão a emissão de títulos de dívida — com possibilidade de conversão em ações — e até uma nova oferta pública de ações, possivelmente com bônus de subscrição como atrativo adicional.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.