
A Brava Energia (BRAV3) anunciou que o fundo Yellowstone, acionista minoritário com 5,3% de participação na empresa, solicitou formalmente a convocação de uma Assembleia-Geral Extraordinária (AGE). O objetivo? Revisar — e possivelmente remover — quatro artigos do estatuto social relacionados à obrigação de Oferta Pública de Aquisição (OPA) em caso de aquisição relevante de ações.
A proposta coloca em xeque as chamadas cláusulas de “poison pill”, vistas por alguns investidores como barreiras à entrada de novos sócios estratégicos e à fluidez das negociações.
Diante disso, a XP Investimentos avaliou positivamente o movimento e acredita que a notícia pode impulsionar as ações da Brava (BRAV3) no curto prazo.
A corretora destaca que a remoção da cláusula de OPA ampliaria o espaço para movimentos de aquisição sem acionar obrigatoriedades legais que, muitas vezes, travavam o interesse de novos players.
“Acreditamos que as ações podem reagir positivamente ao anúncio devido às expectativas de possíveis fluxos de compra para os papéis. Não prevemos mudanças significativas nos fundamentos da empresa neste momento”, afirma a XP.
A casa ainda lembra que, com o limite atual fixado em 25%, qualquer investidor com 5% de participação ainda pode adquirir 20% adicionais antes de acionar a OPA.
Dessa forma, a eliminação dessa barreira poderia aquecer o interesse no papel em um momento em que a Brava tenta ganhar espaço no mercado de energia.
O que está em jogo: o fim da “poison pill”?
Atualmente, o estatuto da Brava exige que qualquer investidor que ultrapasse 25% de participação acione um processo de OPA para todos os demais acionistas — uma proteção comum em empresas brasileiras para evitar aquisições hostis, mas que também pode limitar o apetite de grandes compradores.
A proposta do Yellowstone visa eliminar os artigos 40, 41, 42 e 48 do estatuto, com o argumento de que tais dispositivos estão desatualizados frente à maturidade e consolidação da companhia no setor de petróleo e gás.
Segundo o fundo, gerido pelo BTG Pactual, essas regras seriam “entraves desnecessários” que prejudicam a eficiência da gestão e afastam potenciais investidores estratégicos.