Commodities globais

Preço do ouro afunda: o que está acontecendo com o mercado?

Alívio nas tensões comerciais entre EUA e China impulsiona o apetite por risco e afeta a cotação do metal.

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Preco do ouro em seu maior preco desde 2013
Preco do ouro em seu maior preco desde 2013
  • A trégua temporária entre Estados Unidos e China aumentou o apetite por risco e derrubou os preços do ouro.
  • A valorização do dólar e a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro desviaram investimentos do metal precioso.
  • Apesar da queda, as incertezas econômicas mantêm o ouro como uma opção de proteção para investidores atentos.

Depois de meses de alta, o ouro sofreu forte queda na última semana. Descubra os fatores por trás dessa reviravolta e o que esperar daqui para frente.

Queda histórica impulsionada por trégua comercial

Os preços do ouro despencaram, encerrando uma semana marcada pela maior queda desde novembro de 2024. O metal precioso, que tradicionalmente é visto como um porto seguro em tempos de incerteza, sofreu uma queda de mais de 3% em sua cotação à vista, situando-se em US$ 3.178,06 por onça. Os contratos futuros para junho acompanharam essa tendência e recuaram 1,5%, a US$ 3.180,50 por onça.

A recente redução temporária das tarifas comerciais entre Estados Unidos e China provocou, principalmente, essa movimentação. Tal acordo gerou uma sensação de alívio no mercado, estimulando o apetite por investimentos mais arriscados, como ações, e reduzindo a demanda pelo ouro, que perde parte de seu brilho quando o clima de incerteza diminui.

Além disso, investidores aproveitaram para realizar lucros após meses de valorização expressiva do ouro, vendendo parte de suas posições. Essa combinação de fatores acabou pressionando os preços para baixo.

Dólar forte e rendimentos elevados desviam investimentos

Outro elemento que contribuiu decisivamente para a queda do ouro foi a valorização do dólar americano. Como o metal é cotado na moeda americana, sua alta torna o ouro mais caro para compradores que utilizam outras moedas. Isso tende a reduzir a demanda internacional pelo metal.

Simultaneamente, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA aumentaram, tornando esses papéis mais atraentes em comparação com o ouro, que não paga juros ou dividendos. Assim, muitos investidores preferiram migrar seu capital para os títulos públicos, considerados investimentos de baixo risco e com retorno mais vantajoso no momento.

Portanto, o cenário de dólar forte e títulos em alta contribuíram para afastar recursos do ouro, mesmo diante de sinais mistos na economia global.

Incertezas econômicas ainda mantêm mercado atento

Embora o acordo comercial entre EUA e China tenha sido bem recebido, o otimismo do mercado mostrou sinais de desgaste. Dados econômicos recentes dos Estados Unidos indicaram desaceleração em alguns setores, despertando dúvidas sobre a velocidade do crescimento econômico futuro.

Essas dúvidas mantêm os investidores em alerta, pois a volatilidade deve permanecer elevada nas próximas semanas. O ouro, mesmo com a queda, continua cotado acima de US$ 3.000 por onça, o que indica que ele ainda pode se valorizar caso novos problemas surjam, especialmente se a guerra comercial voltar a esquentar ou se a economia global mostrar sinais de fraqueza mais acentuada.

Assim, o metal precioso permanece sendo uma opção importante para quem busca proteção contra incertezas, mesmo que no curto prazo seu preço esteja mais pressionado.

Outros metais preciosos acompanham queda e desafiam investidores

O impacto do recuo no ouro não se restringiu ao próprio metal. A platina e a prata também sofreram quedas significativas nesta sexta-feira. A platina caiu 1,2%, fechando em US$ 983,10 por onça, enquanto a prata recuou 1,9%, a US$ 32,073 por onça.

Esse cenário reforça a influência direta das dinâmicas comerciais e cambiais no setor de metais preciosos. Para investidores, o momento exige atenção redobrada, pois a volatilidade pode trazer tanto riscos quanto oportunidades, dependendo do posicionamento adotado.

Consequentemente, uma estratégia diversificada, aliada ao acompanhamento constante das notícias econômicas e políticas globais, será fundamental para navegar em meio a esse cenário instável.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.