
- Ibovespa tenta firmar alta, puxado por GOL, varejistas e bancos; dólar e juros recuam com dados econômicos positivos
- Trump volta ao centro do mercado ao falar sobre possível acordo com o Irã, derrubando petróleo e ações do setor
- Vendas no varejo sobem 0,8% em março, segundo o IBGE, e reforçam sinais de recuperação do consumo interno
O mercado financeiro brasileiro iniciou esta quinta-feira (15) com forte volatilidade, refletindo uma combinação intensa de dados econômicos domésticos, balanços corporativos e eventos internacionais.
O Ibovespa abriu em ligeira baixa, mas logo virou para alta e tentou firmar-se acima dos 138,5 mil pontos. Enquanto isso, o dólar comercial cedia frente ao real e os juros futuros operavam em queda, diante de sinais positivos da economia brasileira e novas tensões geopolíticas.
Às 10h14, o Ibovespa subia 0,22%, aos 138.721,80 pontos, atingindo nova máxima do dia. O dólar comercial recuava para R$ 5,62, refletindo menor demanda por proteção cambial, e os juros futuros recuavam em todos os vértices, com o mercado reavaliando o ritmo da política monetária diante dos dados mais amenos de inflação e maior confiança no consumo.
Entre os destaques positivos, a ação da GOL (GOLL4) disparava 10,75%, após o mercado reagir bem ao balanço do primeiro trimestre de 2025. A companhia aérea recuperava parte das perdas recentes, sinalizando uma retomada gradual de fôlego no setor. A Azul (AZUL4) também avançava 1,67%, apesar dos impactos negativos do resultado divulgado ontem.
Varejo brasileiro surpreende e anima mercado
O IBGE divulgou que as vendas no varejo avançaram 0,8% em março, acima das expectativas dos analistas. O resultado representa a segunda alta consecutiva e reforça a percepção de resiliência da demanda interna, mesmo em um cenário de juros ainda elevados.
Esse dado animou os investidores e impulsionou diversas ações do setor de consumo. Papéis como Magazine Luiza (MGLU3) (+2,14%), Petz (PETZ3) (+2,63%) e Lojas Renner (LREN3) (+2,85%) se destacaram no início do pregão. No entanto, nem todas as empresas seguiram a mesma trajetória. A Americanas (AMER3) despencava 6,45%, ainda pressionada pelos desafios da recuperação judicial e pela deterioração operacional.
As varejistas de supermercado, contudo, também abriram em alta. Assaí (ASAI3) subia 0,64%, GPA (PCAR3) ganhava 0,61% e Grupo Mateus (GMAT3) avançava 1,05%. Já o Carrefour Brasil (CRFB3) contrariava a tendência e caía 0,12%.
Petróleo afunda com fala de Trump sobre Irã
No cenário internacional, os mercados repercutiam uma nova declaração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, um acordo nuclear com o Irã estaria próximo de ser fechado — o que, se confirmado, poderia abrir caminho para a retomada da exportação de petróleo iraniano em larga escala.
O comentário teve efeito imediato: os preços do petróleo tipo Brent caíam mais de 3% nesta manhã. A notícia, no entanto, pressionou os papéis de petroleiras brasileiras, principalmente as chamadas “juniores”, mais sensíveis às oscilações do preço do barril. A PRIO3 recuava 1,53%, a 3R Petroleum (RRRP3) caía 0,46% e a PetroRecôncavo (RECV3) tinha baixa de 1,79%.
A própria Petrobras também sentia o impacto: PETR3 e PETR4 caíam 0,62% e 0,78%, respectivamente, mesmo após divulgarem números positivos no balanço do 1T25. A pressão internacional falava mais alto que os fundamentos locais no setor de óleo e gás.
Abertura mista em setores-chave
O mercado, contudo, seguia com uma abertura mista entre setores importantes da bolsa. As ações da Vale (VALE3) subiam 0,13%, enquanto Eletrobras (ELET3) afundava 4,35%, após a divulgação de um resultado trimestral abaixo das expectativas. No setor de siderurgia, CSNA3 e USIM5 operavam entre a estabilidade e leve alta.
Os bancos, por sua vez, começavam o dia em território positivo, com destaque para Bradesco (BBDC4), que avançava 0,86%. O índice de Small Caps (SMLL) também ganhava força, subindo 0,92% e atingindo máxima na sessão.