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Preço do petróleo dispara com guerra entre Israel e Irã: veja por que ataques afetam o preço da commodity

O produto já registra a maior alta intradiária dos dois contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um salto nos preços da energia

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Os preços do petróleo dispararam nesta sexta-feira (13), com o Brent e o WTI subindo mais de 8% após Israel lançar ataques em larga escala contra o Irã, que respondeu com retaliações. Por volta das 08:15, o Brent subia 7,83% a US$ 74,75. Já o WTI disparava 8,30%, cotado a US$ 73,69.

Trata-se da maior alta intradiária dos dois contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um salto nos preços da energia.

Essa tensão geopolítica no Oriente Médio reacendeu preocupações sobre a segurança no fornecimento de petróleo — especialmente pelo Estreito de Ormuz, rota crucial para o comércio global da commodity.

Estreito de Ormuz no centro das atenções

O epicentro da preocupação está no Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo.

Embora o tráfego de petróleo pela hidrovia siga inalterado até o momento, analistas alertam que qualquer interrupção ou bloqueio poderia provocar um choque de oferta e elevar o barril a patamares entre US$ 120 e US$ 130 — quase o dobro da média atual.

“Ainda não houve impacto direto na produção iraniana ou no fluxo pelo estreito, mas os riscos aumentaram significativamente”, disse Amarpreet Singh, analista do Barclays. “O salto de US$ 10 nos preços nos últimos dias reflete, por enquanto, apenas o risco geopolítico.”

A tensão aumentou após Israel afirmar ter atacado instalações nucleares, centros de produção de mísseis balísticos e líderes militares do Irã, no início de uma campanha que, segundo o governo israelense, busca impedir Teerã de obter uma arma nuclear. O Irã, por sua vez, prometeu uma resposta “dura e prolongada”.

A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição informou que suas instalações seguem intactas e operando normalmente.

Petróleo sobe, ações caem

A disparada do petróleo ocorreu em paralelo à queda dos mercados acionários e a uma busca por ativos considerados seguros, como ouro, dólar e franco suíço.

Essa escalada de tensões adiciona uma nova camada de incerteza ao já volátil mercado de energia, que vinha sendo pressionado por dúvidas sobre demanda global e política de produção da Opep+.

Para Janiv Shah, analista da Rystad Energy, o comportamento dos preços nos próximos dias será decisivo: “A grande questão agora é se esse rali vai além do fim de semana. Nossa avaliação é que a probabilidade de uma guerra total ainda é baixa, e isso pode limitar o fôlego da alta.”

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.