Estratégia?

Santander (SANB11) vai sair da B3? Entenda por que bancão cogita fechar capital

Grupo espanhol pode antecipar operação antes das eleições de 2026 para evitar valorização e pagar menos aos minoritários

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O Santander Brasil (SANB11) pode estar prestes a deixar a B3, a bolsa de valores brasileira. Em conversas com analistas e agentes do mercado, o CEO da instituição, Mario Leão, não descartou a possibilidade de fechar o capital da empresa no Brasil.

A ideia de tirar o banco da bolsa não é exatamente nova no grupo espanhol. Em 2023, o Santander fechou o capital da operação no México, e neste ano vendeu 49% do Santander Polônia e da gestora de ativos Santander TFI para o Erste Group Bank, da Áustria.

Ou seja, o banco vem fazendo movimentos estratégicos em suas subsidiárias globais — e o Brasil pode ser o próximo da fila.

Ações “baratas” podem motivar saída estratégica

Segundo o relatório da Genial, há uma janela de oportunidade. O Santander negocia atualmente a 8,5 vezes o lucro projetado para 2024, número considerado baixo, e a 1,16 vez o valor patrimonial estimado para 2025.

Em outras palavras, as ações da SANB11 estariam subvalorizadas, o que tornaria o fechamento de capital uma jogada vantajosa para o banco espanhol.

Além disso, o grupo controlador possui fôlego financeiro suficiente para comprar todas as ações em circulação no mercado, o que eliminaria a necessidade de captações externas ou reestruturações complexas.

Outro ponto levantado pelos analistas é que, com a aproximação das eleições presidenciais de 2026 no Brasil, a valorização dos ativos nacionais poderia tornar o processo de saída mais caro futuramente — o que poderia acelerar a decisão do controlador.

Crédito mais seletivo e olho na inadimplência

Apesar da possível manobra estratégica, a cautela é palavra de ordem no Santander. Mario Leão sinalizou que o Santander segue conservador na concessão de crédito, especialmente diante de um cenário de inadimplência crescente, que deve se intensificar ao longo de 2025.

O executivo mencionou que a qualidade das renovações de empréstimos piorou em relação a 2024, e isso tende a impactar os indicadores de calote nos próximos trimestres.

O Santander, no entanto, afirma estar mais preparado do que em 2023, quando viveu um momento crítico, sobretudo nas linhas de cartão de crédito. Para evitar um novo estresse no balanço, o Santander está sendo mais rigoroso com renegociações e exige entrada efetiva de caixa nos acordos com clientes.

Metas de rentabilidade seguem de pé

Mesmo com essa postura mais defensiva, a meta da companhia é clara: atingir um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de 20%. Mas isso será feito com disciplina e consistência, sem sacrificar a saúde da carteira de crédito em nome de resultados rápidos.

A Genial observa que esse nível de rentabilidade talvez só seja alcançado a partir de 2027, e não nos próximos trimestres — nem mesmo em 2026.

E para o investidor do Santander?

Apesar da incerteza sobre a permanência na bolsa, a Genial mantém recomendação de compra para as ações do Santander Brasil, com preço-alvo de R$ 31,80, o que representa um potencial de valorização de 5,47% em relação ao fechamento mais recente, de R$ 30,15.

Para o investidor pessoa física, a possibilidade de fechamento de capital pode significar um prêmio sobre o valor atual das ações — ou seja, uma oferta de compra vantajosa. Por outro lado, representa também a perda de uma das maiores instituições financeiras listadas na B3, o que reduziria a diversidade de opções no setor bancário.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.