Juros alto

Selic a 15% afunda ações do Ibovespa: entenda impacto e quem é mais prejudicada

Juros alto derruba ações de varejo, construção e techs, mas cria oportunidades em renda fixa e setores menos sensíveis aos juros

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Com a Selic atingindo 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, e sem nenhuma expectativa de baixa por enquanto, o investidor da Bolsa brasileira tem um novo (velho) inimigo: o juro alto e persistente. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter uma postura conservadora impacta diretamente o Ibovespa, ações como Magazine Luiza (MGLU3), Cosan (CSAN3) e Eletrobras (ELET3) são fortemente afetadas.

O problema não está só na taxa em si, mas no que ela representa: crédito mais caro, consumo enfraquecido, investimentos adiados e capital fugindo da renda variável para a renda fixa.

Na prática, empresas com alta dependência do mercado interno e com muita dívida em balanço estão entre as mais penalizadas.

As mais afetadas: varejo, construção e techs

Empresas de varejo, como Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Petz (PETZ3), estão sentindo a desaceleração no consumo das famílias.

Com o crédito mais caro, o brasileiro compra menos — e o resultado aparece rapidamente nos balanços.

Já a construção civil, representada por MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e outras do setor imobiliário, também sofre com a queda na demanda por imóveis financiados e o aumento no custo de capital para novos empreendimentos.

Até as empresas de tecnologia e startups, como Nubank (ROXO34) e Méliuz (CASH3), que costumam crescer com base em expectativas futuras, sofrem com valuations pressionados: com o CDI nas alturas, o investidor exige mais retorno imediato — e menos promessas para amanhã.

Endividadas sentem o baque

Companhias com estrutura de capital mais alavancada, como Cosan (CSAN3), Eletrobras (ELET3) e Rumo (RAIL3), têm o lucro comprimido pelo aumento no custo da dívida.

São setores que exigem pesados investimentos e agora enfrentam dificuldades para manter margens saudáveis.

Quem escapa da tempestade?

Nem tudo é dor de cabeça. Empresas exportadoras, como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Suzano (SUZB3), têm receitas em dólar e se beneficiam com o real mais fraco — mantendo resiliência mesmo com o cenário doméstico adverso.

Além disso, bancos como Itaú (ITUB4) e BTG Pactual (BPAC11) tendem a lucrar mais com spreads maiores e com a atratividade da renda fixa, aproveitando o cenário de juros altos com mais tranquilidade.

E o investidor, faz o quê?

A alta da Selic reacende a busca por investimentos seguros. Títulos públicos, CDBs e fundos DI voltaram ao radar, com rentabilidades que desafiam a atratividade das ações.

Ainda assim, analistas destacam que a Bolsa guarda oportunidades em setores resilientes, empresas com caixa robusto e histórico de bons dividendos.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.